sexta-feira, 15 de maio de 2015

Fator Previdenciário : Congresso age como moleque para atingir Dilma

Na mídia popular, fato consumado o ganho do benefício
O governo Dilma tem contradições pela falta de uma base de apoio confiável. Isso é notório e traz instabilidades e contradições que a todo momento colocam a presidente em situações constrangedoras em nome da governabilidade. Isso acontece por todo o mundo. Já o que o Congresso tem feito nos últimos dias ultrapassa o processo político e entra no achincalhe, na irresponsabilidade, na vingança acima dos interesses dos que os elegeram e do país que deveriam respeitar.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, opera como se o congresso fosse um bem pessoal que pudesse usar como bem entenda para obter vantagens. Já apostou no Impeachment de Dilma, depois atacou direito dos trabalhadores acelerando a PL4330 e agora aprovou em tempo recorde o fim do fator previdenciário, questão que se arrasta há anos especialmente porque a direita sempre foi contra. E agora, num lampejo revolucionário, se colocou a favor.

Na Folha, Dilma negocia e Levy fala em novos impostos
As contradições não param em Cunha. O PSDB também perdeu a noção de programa de partido e vem sendo criticado até pelos seus. O ajuste fiscal do ministro Levy (e de Dilma) é aperitivo perto do que seria o pacote de medidas do governo de Aécio, se tivesse ganhado a eleição. Deveria ter todo o apoio da direita e dos tucanos, mas o que se viu foi uma hipócrita resistência para criar incertezas na economia e sabotar o governo Dilma. Os capitalistas não querem saber disso e reclamam atitudes coerentes dos tucanos.

O que quer Eduardo Cunha com o fator previdenciário? Ser popular com os trabalhadores? Claro que não. Nesta semana ficou furioso porque o cerco da Operação Lava Jato está apertando contra ele e sua exigência de Dilma tirar o procurador-geral da República Janot não foi atendida. Por vingança botou o fator previdenciário em pauta, a Cãmara aprovou e hoje os jornais populares fazem as contas de quanto vai melhorar a aposentadoria dos trabalhadores. Está criada a expectativa, inflada por mídia, com um único intuto: ver Dilma e o PT se chafurdarem na lama da incoerência, fazendo movimentos para rejeitar a proposta no Senado ou no veto de Dilma.

O Globo já diz que Dilma vetará para não dar rombo nas finanças
Dilma a todo momento é chamada a beijar os anéis dos cardeais do capital e assim será cobrada para declarar que vetará o benefício aos trabalhadores. A mídia, que odeia trabalhador mas não perde a oportunidade de atacar o governo, já especula com isso e desgasta o governo. É uma armadilha que segue a estratégia de chegar a 2018 com o PT negando toda a coerência dos tempos que era classista.

O que Dilma deveria fazer? Entrar no jogo e defender o que foi aprovado. E deixar os capitalistas, que querem a redução do estado e de impostos que seriam acrescidos com os novos encargos previdenciários, correrem atrás dos seus parlamentares no congresso para vetar. Nisso Dilma seria esmagada pela mídia como irresponsável por promover uma tragédia nas contas públicas.

Dilma poderia ir além: apoiar o fim do Fator Previdenciário e propor criar novas receitas para compensar a despesa adicional com previdência. Impostos sobre rendas e propriedades de ricos. Sobre transito financeiro. Sobre mercado de capitais. E pular do palco para a galera como faria um músico pop.

Ela fará isso? Claro que não. Continuará apostando na governabilidade com o PMDB que a arrastará ao fundo do poço até 2018. Depois dessa, farão outras. Que tal aumentar o salário mínimo para o piso do DIEESE para Dilma vetar? Que tal aumentar os salários do serviço público bem acima da inflação para ser vetado? O saco de maldades da oposição e dos achacadores será infinito se Dilma continuar se submetendo como tem feito até aqui. E na cabeça do povão o Eduardo Cunha e seu bando, os mesmos que tentaram acabar com os empregos via terceirização, posarão de heróis dos direitos trabalhistas. 

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