terça-feira, 9 de setembro de 2014

"Delação inventada" fez ações caírem? Ou há algo novo no ar?

Ações do Itaú em franca subida desde a morte de Eduardo Campos (ADVFN)
A especulação com ações aproveitando o ambiente eleitoral tem enchido bolsos de gente graúda, que paga por pesquisas antecipadas e associa uma eventual derrota de Dilma à valorização das empresas, com a ajuda da mídia patrocinada.

As ações do Itaú têm uma outra variável explicativa: o sucesso de Marina Silva, pois estão enterrados na campanha dela e a vitória pode significar poder sobre a economia e anistia de uma dívida fiscal de R$ 18 bi. Sobem desde a morte de Eduardo Campos mas ontem declinaram também. Se Marina tivesse sido favorecida com o torpedo tucano da "delação premiada" as ações subiriam.

Petrobrás idem. O primeiro gráfico é a valorização no mês do Itaú. O segundo, o intraday de ontem, mostrando que no início do pregão as ações do Itaú e da Petrobrás (terceiro gráfico) tiveram elevação forte na expectativa de queda de Dilma com a "delação inventada" mas algo fez o "mercado" mudar de idéia em seguida. Ambas as ações fecharam um pouco abaixo da cotação de abertura.
Intraday das ações Itaú ontem (08/09/14) (ADVFN)

As "denúncias" da VEJA podem ter saído pela culatra. Os prejuízos à imagem de Dilma com o tema Petrobrás já foram precificadas no caso Pasadena. As atuais "denúncias" não a envolvem diretamente e vêm de uma revista desqualificada em credibilidade por repetidas vezes acusar sem provas provendo a grande mídia de factóides que já não colam mais para muita gente. Mas colocaram em suspeita Eduardo Campos e a campanha "limpinha e cheirosa" da "nova política" de Marina.

A publicação do programa de governo da candidata do PSB causou fortes repercussões contrárias que também podem impactar seu eleitorado negativamente. Lá estão ataques aos bancos públicos com valorização dos bancos privados, Banco Central independente, terceirização ampla, geral e irrestrita, falta de prioridade para o pré-sal, fim da justiça do trabalho, quebrar na representação sindical, etc. Além disso as sucessivas denúncias de plágios e os desmentidos sobre posições assumidas anteriormente ferem a credibilidade da candidata sobre sua capacidade de governar o país. Acrescente-se a forte rejeição à aproximação com setores do fundamentalismo religioso e uma queda nas pesquisas será esperada.

Intraday das ações Petrobrás ontem (ADVFN)
O que o "mercado" viu que nós mortais não vimos? Era para as ações da Petrobrás subirem ontem, se tudo estivesse dando "certo" para eles a partir do ataque que seria para Dilma e atingiu Marina. Duvido muito que eventos referentes à empresa, neste momento, sensibilizem os investidores. Sucessivos recordes de produção que deveriam valorizar os ativos estão sendo apropriados pela mídia como "rejeição a Dilma". A campanha de Dilma demarca com Marina na visão sobre o pré-sal, o que deveria trazer mais valorização, num mercado menos especulativo. Vem aí uma nova refinaria no fim do ano, a de Abreu e Silva. Era para uma eventual vitória de Dilma valorizar a Petrobrás. Os sinais estão trocados.

As novas pesquisas devem espelhar o sentimento que tenho a partir das campanhas de rua e programas de TV: Dilma cresce com a força da militância que está despertando e vai ser decisiva na reta final; Aécio está moribundo com o abandono de parte do seu eleitorado para a "esperança" Marina; o "fenômeno" Marina está chegando ao fim e seus votos obtidos na comoção com a morte de Eduardo Campos podem refluir em alta velocidade. Esse cenário aponta para Dilma vencer no primeiro turno. Espero.

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