quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Até onde os europeus vão seguir ordens americanas na OTAN?

Até onde os europeus vão se submeter aos americanos na camisa-de-força da OTAN? As sanções contra a Rússia por causa da crise ucraniana já foram ruins para empresas européias. Agora vem a retaliação russa: vão deixar de comprar alimentos dos membros da OTAN e outros países que se submeteram aos EUA criando barreiras. Imaginem a Austrália deixando de vender carne para o mercado russo?

Os EUA deixando de vender frangos, a França de vender laticínios e verduras? A Rússia importa 60% da comida. E Putin ameaça mais: se vierem com mais sanções vai impedir o tráfego aéreo desses países sobre o território russo. Fora a torneira do gás. Acho que vai ter aliado americano roendo a corda, afinal, tem países combalidos pela crise que podem quebrar de vez. Tudo por causa do interesse americano de colocar mísseis na Ucrânia.

Há capitais europeus investindo na Rússia que estão em risco, como grandes montadoras que exploram a mão-de-obra barata russa. Há investimentos russos na Europa que também sofrerão com os embargos e sanções. O mesmo para os próprios americanos. A OTAN, que até poucos meses era uma herança da Guerra Fria, voltou a dar cartas sob comando americano pela política externa desastrosa do "democrata" e Nobel da Paz Barack Obama.

Em menos de seis meses a OTAN conseguiu adicionar imenso risco ao capital europeu em negócios que seriam feitos com a Ucrânia através da Comunidade Européia, jogou o país no caos apoiando neonazistas que derrubaram o governo, levaram à tomada da Criméia pelos russos, á guerra separatista no leste, à deterioração maior da economia do país e à ascensão de Putin e da Rússia como pólo de poder. Ressuscitaram a Guerra Fria. Putin, que de socialista ou democrata não tem nada, passou a ter elevada aceitação do povo russo com o nacionalismo exacerbado e saudosismo de potência do tempo da URSS.

As sanções anteriores, que partiram do pré-julgamento americano de culpa russa na queda do jato da Malaysian Air, devem custar à Europa 25 mil empregos. A retaliação russa agora atinge principalmente à Alemanha. Putin quer forçar Angela Merkel a negociar em separado e deixar os Estados Unidos de fora dos entendimentos sobre a Ucrânia. Já nos Estados Unidos o discurso da mídia diz que Putin deu um tiro no pé porque terá que importar alimentos mais caros em outras partes do mundo, sendo previsíveis aumentos de preços e falta de produtos. Apostam até que isso poderá enfraquecer  Putin junto ao povo russo.

Em meio a tudo isso já devem ter capitalistas brasileiros pensando em vender mais à Rússia. E outros em comprar barato os excedentes europeus. Vamos ver o que acontece nos próximos dias. 

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