sexta-feira, 7 de março de 2014

Rio : A heróica greve dos garis resiste à prefeitura autoritária e ao sindicato pelego

Quando uma reivindicação é justa e está na cabeça da categoria não há quem segure. Um gari no Rio, trabalhando em condições insalubres, ganha muito pouco. Todo mundo sabe que R$ 803 (salário antes do reajuste de 9%) é uma miséria para quem livra a cidade dos seus dejetos. Por isso mesmo a população também não está pressionando. De 15 mil garis cerca de 500 estão se mobilizando em atos e passeatas, gritando para a sociedade que não aceitam restos. E hoje novamente estão em passeata no Centro, recorrendo à Assembléia Legislativa já que a Prefeitura não os recebe. Prefere colocar escolta armada para forçar o trabalho dos que não estão no movimento, pois parece haver "operação tartaruga" entre estes.

Vergonhosa a participação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio do Rio de Janeiro. Vinham trabalhando uma pauta de reivindicações para a data-base em abril. A greve aconteceu à revelia das suas instâncias. Fizeram de tudo para acabar com ela através de um acordo rebaixado para o que se pretende (49%), com índice de 9%. Pior ainda: seus dirigentes criminalizam os grevistas! Para acabar com a rebelião das bases, acertaram com a Prefeitura  a demissão dos que não voltassem ao trabalho após a assinatura do acordo. E ainda ficam inventando que há infiltração partidária, para que a mídia diga que é movimento eleitoreiro de oposição, etc, etc.

Nessa hora não tem filhinho de papai mascarado para apoiar a luta dos trabalhadores. Sem sindicato, sem apoio de outros movimentos, enfrentando a força patronal do Prefeito e a sua mídia aliada, nossos garis são verdadeiros heróis. Essa bravura merece ser valorizada com a pressão da sociedade sobre o Prefeito Eduardo Paes para abrir negociações e melhorar a proposta.

Paes tem em mente que precisa endurecer agora para calar todo e qualquer movimento que se assanhe quando começar a Copa do Mundo. Servidores municipais poderiam aproveitar o momento para reivindicar a parar serviços em pleno torneio, como houve na África do Sul. A atitude de Paes obedece à estratégia de sufocar movimentos que possam por riscos aos grandes eventos. Acreditando na sua força, ele vai jogando lixo no chão...

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