quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

YOUTROUXA 0067 : "Dilma vai inaugurar a maior obra de seu governo... em Cuba!"

Mais um lixo da fábrica de calúnias Movimento Brasil Consciente que está sendo compartilhado nas redes sociais por incautos e incultos diz que o Brasil empresta dinheiro a Cuba para fazer um megaporto mas não ajeita os portos nacionais. Diz que a obra é a maior do governo Dilma e aproveita para fazer o contraponto com nordestinos que esperam pela transposição. Muita desinformação junta que só faz a cabeça de quem realmente quer aceitar isso.

Desde Lula a política externa brasileira descolou-se da tutela norte-americana e o Brasil passou a ter um papel de grande potência regional na América Latina. Reforçou o Mercosul e promoveu programas de ajuda aos vizinhos. Com a outra mão garantiu privilégios para investimentos e venda de produtos brasileiros em mercados cativos.

Com Cuba não é diferente. Castigada por um embargo de 60 anos, a ilha começa a se preparar para um novo momento de inserção internacional. Unificou a moeda, ensaia retomar a economia de mercado em alguns setores e prepara uma grande zona industrial para atrair investidores. Pode ser, em alguns anos, uma nova China em pleno caribe, com mão-de-obra barata e escolarizada, concorrente direta dos norte-americanos. Para isso precisa de um porto gigantesco como o de Mariel, que será inaugurado no início de 2014 com a presença da presidente Dilma. O Brasil, através do BNDES, abriu uma linha de crédito para empreiteira e tecnologia brasileira fazerem a obra. Um grande negócio capitalista e imperialista. Não tem nada de comunismo nisso.

Por toda a América Latina se considera o porto de Mariel como um símbolo de evolução econômica de Cuba. Já está preparado para receber os meganavios que passarão pelo Canal do Panamá após sua ampliação. Deveria ser um motivo de orgulho para o Brasil, não apenas  pelo feito da obra, mas por permitir a um país irmão dar um salto no seu desenvolvimento. E de visão econômica, ao assegurar privilégios num local que fica a 160 km da costa da Flórida (EUA).

Notícias da mídia regional mostram no que o Brasil está investindo, e elevando o nome da engenharia nacional em todo o mundo:
El Universal - México :http://www.eluniversal.com.co/economica/puerto-de-mariel-en-cuba-nuevo-bastion-de-la-economia-cubana-141419
CNN México : http://mexico.cnn.com/mundo/2013/11/20/un-puerto-internacional-un-augurio-de-la-nueva-era-economica-de-cuba
Fox News : http://latino.foxnews.com/latino/espanol/2013/11/01/cuba-abre-oficina-de-zona-franca-que-se-construye-en-puerto-mariel/
Cuba Hora : http://www.cubahora.cu/economia/zona-especial-del-mariel-la-joya-de-la-economia-cubana-mapa#.UssmtNJDuIQ
Financial Times : http://www.ft.com/intl/cms/s/0/bc2f5a54-2ab5-11e3-ade3-00144feab7de.html#axzz2pevkTuBz

Quando Cuba se livrar do embargo o Brasil já estará entre os parceiros preferenciais. Em Angola já estamos em parceria desde que o governo do general-ditador Ernesto Geisel reconheceu sua independência e o governo comunista, e iniciou compra de petróleo em troca de obras e bens brasileiros. Hoje a balança comercial é amplamente favorável ao Brasil e o fluxo de comércio é crescente. O problema é que a ignorância das pessoas em comércio internacional leva a crer que o Brasil perde dinheiro nisso.

As mentiras do Movimento Brasil Consciente não param por aí. Dizem que o Brasil gastou em Mariel o dobro do que se gasta por aqui. Os investimentos do PAC na área de portos são da ordem de R$ 54 bilhões, ou seja, mais de 30 portos de Mariel. Não é difícil achar esse dado, mas os mentirosos apostam que ninguém vá olhar no site do PAC. Nem sabem que o correto é BNDES, não BNDS, como está na imagem.

O governo cubano agora pediu ao Brasil mais empréstimos para concluir o distrito industrial. Claro que por aqui a notícia soou como uma ameaça ao sempre reacionário senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que considera a transação mais um apoio brasileiro ao regime comunista e outros fantasmas que enxerga sob sua cama. http://www.alvarodias.com.br/2013/11/o-porto-de-mariel-em-cuba-com-dinheiro-brasileiro/

Outra mentira no texto é dizer que essa é a maior obra de Dilma. Somente em 2013 a Petrobrás colocou em operação 7 plataformas de US$ 450 milhões cada. O porto de Mariel custou pouco mais que a reforma do Maracanã. Um dinheiro pequeno para o Brasil, um salto gigantesco para Cuba. Desde o fim do ano passado Dilma inaugura uma obra por dia, em média, todas de grande porte. Neste ano serão aeroportos, portos, duas refinarias, obras de acessibilidade, etc. Fora as escolas técnicas, universidades, hospitais e muitas outras. Coisa que governos anteriores não fizeram. Nenhuma.

E o que dizer da transposição de águas para o nordeste, estimada em R$ 15 bilhões, que já tem boa parte concluída e será entregue em 2015? Como essa bandidagem que calunia Dilma não sabe nem prá que lado fica o Nordeste e muito menos se importa com o seu povo, atira qualquer bobagem achando que ninguém irá lá conferir. Perdem porque existe um site que mostra o andamento de obras, fotos, etc. A mentira cotidiana não sobrevive à realidade.

3 comentários:

  1. Vc tá no lugar errado. Ótimo humorista.

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  2. http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2014/06/04/cuba-oferece-aos-eua-porto-de-mariel-erguido-pelo-brasil/
    Você pode comentar esse post?
    Abç

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    1. Caro Cássio,
      Tirando-se todo o conteúdo ideológico de oposição da matéria inclusive afirmações falsas sobre doações, sobra o que é o óbvio: empresários americanos estão vendo que está para ser montada uma China em miniatura a 200 km da Flórida. E que os EUA estão fora da jogada porque tem o embargo contra Cuba. Quando digo China refiro-me ao modelo de "capitalismo concedido", onde empresas estrangeiras montam suas fábricas, exploram a mão-de-obra barata, ganham lucros maiores que nos seus países, racham a mais-valia com o governo que por sua vez investe na melhoria das condições de vida do povo.
      O Brasil emprestou o dinheiro e ganhou dinheiro com a construção, venda de equipamentos, e tem reservados 70% da área industrial para suas fábricas. Chineses e outros devem aportar por lá. Isso tudo na boca do Canal do Panamá ampliado, com rotas comerciais passando para a Ásia, Europa e, ali ao norte, Estados Unidos.
      A questão do embargo é complicada. Até os cubanos de Miami aceitam, mas a legislação impõe como condição que Cuba devolva todas as propriedades confiscadas aos que fugiram na revolução e das máfias organizadas em torno de cassinos, hotéis, fábricas de charuto, rum, etc. Cuba não aceita condições e enxerga no Porto e nas indústrias que chegarão, além do turismo, uma forma de driblar o embargo e crescer sem os Estados Unidos. O problema agora é dos americanos. A matéria é capciosa, como tudo do UOL/Folha.

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