sexta-feira, 21 de junho de 2013

Protestos fazem Copa vital para a economia

Com a imagem de caos no Brasil divulgada lá fora e a oferta da Inglaterra hoje para fazer a Copa do Mundo de 2014 caso não tenhamos condições de segurança tornaram o sucesso da Copa das Confederações vital para a credibilidade do país, o que é estratégico para a economia. O que não é seguro para um jogo de futebol também não será para o capital investido.

Vamos à situação possível diante dos protestos conduzidos sabe-se lá por quem ou quais interesses. Suponhamos que um dos jogos da Copa das Confederações deixe de ser realizado por protestos ou sabotagem. Imediatamente a notícia correrá o mundo associada à idéia de insegurança no Brasil por instabilidade institucional. Imediatamente operadores do mercado de capitais com alguns cliques tirarão suas aplicações em ativos voláteis brasileiros, comprarão dólares e repatriarão seus recursos. Pela lei da oferta e da procura, o Real sofrerá uma desvalorização forte, que poderá ser agravada em caso de ataque especulativo à moeda, queimando as reservas.

E o cidadão comum, que está lá bloqueando a entrada do estádio, o que sobra para ele? Tudo. Imediatamente os preços dos importados galoparão, inflacionando produtos e cadeias produtivas, reduzindo o poder aquisitivo dos salários, causando mais instabilidade com greves e mais greves pela reposição de perdas. Adeus viagens ao exterior, porque o galope das moedas estrangeiras tornará inviável aos brasileiros os preços que encontraria fora. Seria vítima também das medidas que o governo teria que tomar para equilibrar a economia na nova situação, como redução de gastos, de investimentos, etc. Programas sociais como o Bolsa Família ficariam ameaçados. O preço dos combustíveis poderia disparar, pois a Petrobrás, que importa diesel, paga em dólares. Todos os transportes encareceriam.

O Brasil levou 10 anos com os governos Lula e Dilma afirmando nossa soberania ao mundo. Chegamos à posição de 6a economia mundial, mostramos ao mundo a receita de sucesso em meio à crise e tivemos a maior erradicação de miséria já vista num país capitalista. Isso deu credibilidade para investimentos que trouxeram empregos e renda. Inclusive a Copa do Mundo. Agora tudo pode ser perdido por um simples jogo da Copa das Confederações. Qualquer um. É o tal "efeito borboleta".

O mais paradoxal é que o fracasso da Copa poderia emperrar investimentos em saúde e educação, que são bandeiras dos protestos quando se critica os gastos. Agora somos reféns. 

4 comentários:

  1. e então a esquerda aprenderia que nem ela pode viver sem o capitalismo

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  2. O paradoxal é que o fracasso da Copa poderia emperrar investimentos em saúde e educação, que são bandeiras dos protestos quando se critica os gastos. Agora somos reféns. A esquerda pode viver sem o capitalismo, aliás, deve, mas convive com ele taticamente.

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  3. Toda a descrição que o blogueiro faz do cenário de crise e das medidas que o governo Dilma "teria" que tomar é exatamente o que aconteceu durante o governo FHC com as crises financeiras internacionais (tigres asiáticos, Rússia, México e fator Lula). Ao contrário da época de FHC, quando o Brasil ainda estava em processo de equacionamento de suas fragilidades, a vulnerabilidade atual do país (baixo crescimento, inflação crescente e falta de confiança do mercado) é fruto das escolhas equivocadas do governo Dilma: mais estímulos ao consumo com juros baixos ou subsidiados, aumento das despesas correntes e intervenção pesada nos juros e no câmbio. As conquistas que o ex-sindicalista atribui a Lula e Dilma tiveram dois fatores: reformas de FHC e China. O resto é história para acalentar bovinos...

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