quarta-feira, 5 de junho de 2013

EUA : Adeus, Oriente Médio! Dane-se a Síria!

Nos últimos 7 anos os Estados Unidos reduziram a importação de petróleo em 40%, num esforço visando a autossuficiência em 15 anos. Contribuíram para esse resultado investimentos na melhoria da eficiência energética em setores intensivos no uso de derivados de petróleo e o aumento do uso do gás natural, extraído com tecnologias agressivas ao meio-ambiente em novas áreas de exploração.

A visita do vice-presidente Joe Biden ao Brasil na semana passada teve como ponto alto a visita ao centro de pesquisas da Petrobrás e suas declarações de interesse norte-americano em explorar petróleo no Brasil e oferecer tecnologias de exploração de gás. Como não existe visita grátis de preposto americano, o esforço para construir parcerias que reduzam ou acabem com a dependência dos EUA em relação ao Oriente Médio e até da Venezuela passa pela perspectiva do Brasil, em poucos anos, ser um país exportador de petróleo.

A Petrobrás está investindo pesado para ampliar a produção, já conseguindo resultados importantes no pré-sal em apenas sete anos, e os americanos querem ter primazia na compra até atingirem a autossuficiência ou inventarem uma fonte de energia que substitua os derivados do petróleo.

Nesse ritmo logo os EUA não dependerão mais de importações de petróleo em todo o Oriente Médio. A estratégia deve concentrar as compras, por exemplo, na Arábia Saudita e depois em mais nenhum desses países, permitindo focar a geopolítica na Ásia, onde está o dinamismo do capital atualmente. E de quebra tirar os americanos do atoleiro de guerras e terrorismo por conta da sua presença onde é indesejável. Uma coisa é serem dependentes do petróleo, outra é defender os interesses das empresas norte-americanas que continuarão por lá à mercê das políticas locais.

Parece que está caindo a ficha para os estrategistas americanos.  Não adianta a Europa e a ONU denunciarem indícios de uso de armas químicas na carnificina síria que Washington não se envolve no conflito. Para que entrar na guerra da Síria, quando se quer sair da região o mais rápido possível? O Oriente Médio e os países árabes em geral custam muito para eles, politica e economicamente, e há lugares no mundo de muito melhor relação custo-benefício. Disputar hegemonia para quê? Sem petróleo, aquilo ali é só um areal para os americanos.

Um capitalismo mais pragmático e de relações de troca mais favoráveis pode ser a visão de futuro deles, onde Oriente Médio e Israel rumariam para o descarte, Ásia ganharia prioridade e a América Latina, como sempre, seria visto como o quintal. Com a Europa arrasada, os EUA disputariam a liderança do mundo com a China.




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