terça-feira, 21 de maio de 2013

Copa 2014 : Brasília longe de estar pronta para a festa

Estádio Nacional Mané Garrincha - Brasília - Abri/2013
O Estádio Nacional Mané Garrincha ficou impecável. Tecnicamente um dos melhores do mundo. Projetado para ser uma arena multiuso, certamente será palco de mais shows e outros eventos de concentração de massa que do incipiente futebol brasiliense. O governo do DF festeja, afinal, parece que a conclusão do estádio será para alguns o início do mandado de Agnelo Queiroz (PT), que governa há 2,5 anos e não fez muita coisa visível
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E a cidade, como está se preparando para receber turistas estrangeiros? Como antes, o que já era ruim pois sendo a capital do Brasil nunca esteve preparada para receber gente de outros países, mesmo com todas as representações diplomáticas e políticas na cidade. Nem para os próprios brasileiros, a começar pelo aeroporto, agora em reforma acelerada, mas que está insuficiente para atender à atual demanda, mesmo tendo tido a pista duplicada há poucos anos. Agora que estão ampliando o estacionamento de veículos, outro problema crônico, e provavelmente continuará a ser um gargalo na copa das Confederações e na vida dos usuários rotineiros. Em ambos os casos o horizonte de término é 2014.

No aeroporto a nova concessionária está fazendo muitas obras ao mesmo tempo na área de embarque, visando colocar mais lojas e quiosques, reduzindo o espaço para circulação. Há um problema crônico na escada rolante do desembarque, que não funciona há cerca de 6 meses, forçando os passageiros a descerem pela escada normal. A placa indica "em obras" e pelo visto ficará lá sem prazo determinado. Outra que não fica pronta para a Copa das Confederações. Não se resolve também o problema de troca de portões de embarque a toda hora, confundindo os passageiros. Além da espera dentro do avião, com embarque encerrado, de até 40 minutos aguardando autorização para decolagem.

Em cima da hora da Copa das Confederações está sendo feita uma obra dessas que era para ontem: o mergulhão da rótula do aeroporto, que já deveria ter sido feito há muito tempo para facilitar o tráfego dos residentes em bairros mais afastados. Duas pistas laterais também em obras enfrentam problemas de desocupação das áreas invadidas por locadoras de veículos. A não ser que haja utilização de muitos recursos e intensificação extrema de ritimo, não ficará pronto para a Copa das Confederações e a obra ainda tumultuará o tráfego. O VLT que ligaria o aeroporto à Rodoviária do Plano Piloto não saiu do papel e deixou uma cratera no fim da Asa Sul. Esse não fica pronto nem para a Copa.

Brasília tem boa capacidade de hospedagem e nesse quesito não deverá haver problemas. Como os setores hoteleiros norte e sul, assim como a Rodoviária do Plano Piloto onde chega o metrô, ficam a menos de 2km do estádio, os visitantes não deverão ter maiores problemas de chegada e saída. Nem chuva deve acontecer, pois já estamos há um mês na seca e isso vai até outubro, apesar da Secretaria de Segurança ter orçado a compra de 17 mil capas de chuva à base de 300 Reais cada para os eventos da Copa.

Nos últimos dias temos visto excepcional presença da polícia nas ruas. Pelo menos isso de bom, e que seja duradouro para além dos jogos deste ano. Já o esquema de trânsito montado pelo Detran tem que melhorar muito, pois prejudicou até o acesso ao Parque da Cidade, opção de lazer para a grande maioria da população que não tem R$ 160 para ver um jogo Flamengo x Santos que acontecerá no próximo fim de semana no Mané Garrincha. Ainda não estão vendendo ingressos, mas próximo às bilheterias já há cambistas de plantão. Basta chegar lá de carro que vão te abordar.

No quesito comunicação também há problemas. Não uso o metrô, mas precisei usá-lo pela primeira vez ontem, e pude ver o déficit de informações. Até o preço do bilhete não está claro no cartaz da bilheteria. Ao passar por uma estação praticamente não se vê placa indicando o seu nome. Nos trens não há displays mostrando a evolução da viagem. As mensagens sonoras, apenas em português, só dizem o nome da estação e o destino final, sem falar na próxima. Nas plataformas de embarque não há nenhuma indicação de horários, de próximo trem, etc. Isso não é só no metrô: tirando os shoppings e o aeroporto, praticamente não existe sinalização em qualquer língua estrangeira, o que é uma falha numa capital federal. Com ou sem Copa.

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