terça-feira, 6 de novembro de 2012

China e EUA : Decisões importantes para o mundo

Camarada Obamao - mercado popular em Xi'An - China
Enquanto o circo eleitoral multimilionário limita as chances das eleições norte-americanas às opções "mais do pouco", com Obama, e "menos do pouco" com Romney, silenciosamente começa o 18o Congresso do Partido Comunista Chinês, para onde os olhares mais atentos estão focados neste momento.

Democratas e republicanos são previsíveis, e hoje em dia o mundo já não se move mais conforme as decisões norte-americanas, dada a multipolaridade de potências e blocos. Já na economia a China é fundamental, e isso depende das decisões políticas do PCC, poder de fato no país.

Há uma disputa interna que vem desde a era Mao e a cada congresso o enfrentamento entre os conservadores, estalinistas mais ortodoxos, que são contra o processo de concessões ao capitalismo, e os seguidores de Deng Xiaoping, que  congresso a congresso conseguem avançar no que chamam de "modernização" da política, com cada vez mais avanços no campo privado, teoricamente sob controle do Estado.

Obama deve ganhar, ou então teremos que considerar que os poucos americanos pobres e da classe média que votam sejam masoquistas. Com uma abstenção imensa por conta da burocracia para alistar os eleitores e da baixa consciência de classe, as eleições americanas são decididas por menos da metade das pessoas, favorecendo o aumento da representatividade dos mais ricos. Romney promete recuar no pouco que Obama avançou na ampliação do sistema de saúde, reduzir os impostos para os ricos, etc. O pior é que pelas distorções do sistema político americano, ele pode se eleger.

Enquanto isso na China a disputa é mais velada. A duas semanas do início do congresso do PCC houve um remanejamento na alta cúpula das forças armadas para a colocação de oficiais mais jovens e comprometidos com a "modernização". Por outro lado, no mesmo período aconteceu a expulsão do partido de um dos altos membros por envolvimento com corrupção e pelo assassinato de um empresário estrangeiro que participava de esquema de enriquecimento ilícito da sua família. Os conservadores querem travar o processo de concessões através do discurso do combate à corrupção no partido.

Se dependesse do apoio chinês, Obama estaria eleito, pelo menos pelas redes de TV oficiais, que dedicam desproporcional espaço à cobertura da sua campanha em relação a Romney. A razão para isso é a política externa mais moderada de Obama, que tem se aliado com a China em diversas questões e não bate de frente com os interesses chineses, o que mudaria com Romney. 

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