sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Felipão : Garoto-propaganda do Itaú ataca o BB

Numa reunião de pauta de um jornal de verdade, com sede no Rio de Janeiro, haveria dificuldade para definir as manchetes de hoje. No plano internacional, a aprovação pela ONU do status de "estado observador" para a Palestina é um fato histórico digno de destaque. No plano nacional, o possível veto de Dilma à lei dos royalties mereceria ênfase. No plano local, o incêndio na quadra do Flamengo, apreensão de drogas, etc. No esporte, o destaque para a posse de Felipe Scolari como novo técnico da seleção brasileira, apresentando seu plano de trabalho, etc.

Num jornal partidário, a mesma pauta sendo discutida:
- "...mas, editor, tudo que temos são e-mails "arranjados com exclusividade" da investigação, onde gente pede à tal Rosemary pistolão para indicações em cargos, com currículos, artigos, etc. Pistolão é uma entidade secular, não é novidade..."
- "Não importa, bota como matéria principal como se fosse algo incriminador para Lula, é a política da empresa".
- "E a Palestina?"
- "Isso não tem destaque. Lula e Dilma apoiaram. Além do mais afronta os Estados Unidos e Israel, que foram contra. Bota no rodapé."
- "E o veto da Dilma ao projeto dos royalties? "
- "Bota pequeno. O importante era botar o povo do Rio contra ela com a dúvida de que vetaria. Já que vai vetar, inverte tudo. Agora é botar o Brasil todo contra ela porque vetou. Amanhã a gente bota isso com mais impacto".
- "E o Filipão?Sugiro dar um destaque ao seu plano de trabalho, afinal, a empresa tem os direitos de TV da Copa, vamos ter que encher a bola dele para virar herói..."
- "Vamos dar destaque ao esculacho dele ao Banco do Brasil e aos funcionários. Os banqueiros privados que nos patrocinam querem detonar o BB porque a Dilma está usando esse banco para forçar a queda de juros, reduzindo os lucros de todo mundo. Vamos aproveitar que os funcionários estão em pé-de-guerra contra a direção da empresa por causa de abusos e jogar gasolina nesse fogo. Esquece o plano de trabalho. Importante é detonar o BB."
- "Mas chefe, o BB é anunciante na empresa. Tem telejornal patrocinado por eles. O Gianechinni aparece mais em anúncio deles que nas novelas. A seleção é patrocinada por um banco privado concorrente do BB. Isso pode dar merda".
- "Faz o que eu mandei. A gente escreve o que quer, detona eles, o governo, Dilma, o escambau, e nada acontece. A gente dá bônus às agências de propaganda é para isso mesmo. Não será desta vez que vão mudar. Bota em cima, junto da logomarca e destaca a declaração do Felipão, para fazer mais estrago. Bota que os caras vivem na moleza...O Felipão não disse isso, falou de pressão, mas a versão importa mais que os fatos...Além do mais cria o maior climão no BB, bom para destruir o banco por dentro"

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

FANOAPÁ 0018 - Felipão acha moleza trabalhar no BB

A declaração do novo técnico da seleção da CBF não podia ter vindo em momento pior. No Banco do Brasil o clima de pressão, assédio moral, perseguições, desmonte de setores e práticas anti-sindicais está chegando a um nível inédito. Em meio a esse pé-de-guerra, nosso sem-noção técnico do Penta diz que na seleção não há pressão, e alguém quer tranquilidade que vá trabalhar no Banco do Brasil. Para quem tem o patrocínio de um banco concorrente (Itaú), ainda há o aspecto ético a considerar, parecendo coisa encomendada.

No BB a reação foi explosiva. Todo mundo indignado com Felipão. O Sindicato dos Bancários de São Paulo chegou a fazer um convite ao Felipão para conhecer a rotina dos trabalhadores e pede retratação. No Facebook a ripa está comendo no lombo dele. Até a diretoria do BB publicou nota considerando "infeliz" sua declaração. Só faltou dizer que Felipão não sabe de nada, porque a direção do BB está tirando o couro de todo mundo direitinho, fazendo pressões devastadoras. Se Felipão acha que no BB tem moleza, imagine-se o que fará com os jogadores.

Pisou na bola, Felipão. Justo quando o Brasil precisa de um basta na cartolagem arrogante e prepotente, de identificação com a seleção brasileira e de confiança no time para conquistar a Copa em 2014, de um técnico carismático que unifique as pessoas, vem ele discriminando pelo menos 116 mil brasileiros que comem o pão que o diabo amassou numa das piores empresas do governo em termos de qualidade de trabalho. A Falta de Noção que Assola o País tem mais um nome de peso na sua Seleção. 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

GOLPE : "esta com o nome sujo na praça ?"

Esse golpe de limpar nome na Serasa , SPC e BACEN torna o coitado do inadimplente ainda mais pobre, porque pede pagamento para fazer algo que legalmente não existe. Como limpar o nome em 6 horas sem pagar ou renegociar dívidas e pedir a baixa das anotações em cartórios e na Serasa?

Corrupção nesses órgãos? Pura enganação para tomar R$ 99 de quem quer recuperar o crédito? Agiotagem para compra de dívidas? Pior que ser roubado pelos altos juros dos crediários e empréstimos que levam à inadimplência é cair nas mãos de máfias milagreiras.

O link abre um e-mail onde o contato será respondido com o pedido de mais informações que poderão piorar a situação de quem já está precisando. Mais uma vez os caras mostram saber usar tecnologias para mandar o spam mas são incapazes de escrever um tópico correto.
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NOME LIMPO JÁ b@qtservice.com
02:03 (12 horas atrás)
para mim
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FANOAPÁ 0017 - Danusa Leão horrorizada com pobres viajantes

Talvez o aumento absurdo das passagens aéreas pelo bipólio TAM-GOL dos últimos dias tenha sido uma resposta ao clamor da jornalista Danusa Leão, em resposta à sua matéria "Ser Especial" na Folha de São Paulo do dia 25/11. No texto Danusa, no melhor estilo "FALTA DE NOÇÃO QUE ASSOLA O PAÍS" que gerou esta série no blog, reclama que o que era exclusivo agora está ao alcance de "qualquer um", ou seja, da "plebe ignara e mal educada pobre" tão odiada pela ideologia elitista demo-tucana que encontra apoio nos grandes meios  de comunicação. O que pode render algumas concordâncias entre ricaços não agrada à ampla maioria da população. Reproduzo parte da matéria sem-noção:


"... Queremos todas as brincadeirinhas eletrônicas, que acabaram de ser lançadas, mas qual a graça, se até o vizinho tiver as mesmas? O problema é: como se diferenciar do resto da humanidade, se todos têm acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais?
As viagens, por exemplo: já se foi o tempo em que ir a Paris era só para alguns; hoje, ninguém quer ouvir o relato da subida do Nilo, do passeio de balão pelo deserto ou ver as fotos da viagem --e se for o vídeo, pior ainda-- de quem foi às muralhas da China. Ir a Nova York ver os musicais da Broadway já teve sua graça, mas, por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir, então qual a graça? Enfrentar 12 horas de avião para chegar a Paris, entrar nas perfumarias que dão 40% de desconto, com vendedoras falando português e onde você só encontra brasileiros --não é melhor ficar por aqui mesmo?"


Esse tipo de declaração, mesmo sem noção do contexto atual do Brasil, onde pobres, negros, periferias e outros setores esquecidos estão tendo chances de ascensão, só reforça a idéia de que Lula e Dilma têm defeitos e problemas, mas essa elite presunçosa e arrogante nunca mais deve voltar ao governo. E deveria ser erradicada do poder, que ainda ocupa com o controle ideológico de mídia e instituições. A parte boa da notícia é o atestado da elevação do nível de consumo inédita entre os brasileiros, negada cotidianamente pela mídia.

A propósito, Boris Casoy e a Band tiveram que pagar indenizaçãode R$ 21 mil ao gari que foi ofendido pelo comentário igualmente sem-noção do apresentador desprezando-o como cidadão capaz de desejar "feliz ano novo" aos demais cidadãos como se fosse um ser desprezível. 

Brasil Bom 0001 - Triplica acesso de negros à universidade

Essa notícia, entre outras igualmente positivas sobre melhora na distribuição de renda e redução de desigualdades sociais no período 2001- 2011, saiu no Jornal do Brasil de hoje. O JB não tem mais a edição impressa e vende assinaturas para a sua versão web, e ainda tem jornalistas  independentes do grande cartel ideológico da mídia. Na Globo essa notícia sairia mais ou menos assim: Cai a desigualdade MAS O BRASIL CONTINUA ENTRE OS PIORES PAÍSES DO MUNDO.  Mostraria a seguir um "especialista" reduzindo a zero a parte boa da notícia, dizendo que é transitório, acidental, sazonal, etc.
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http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012/11/28/ibge-acesso-de-jovens-pretos-e-pardos-a-universidade-triplicou-em-dez-anos/

IBGE: acesso de jovens pretos e pardos à universidade triplicou em dez anos



A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2012, divulgada hoje pelo IBGE,  mostra melhoria na educação, na década 2001-2011, especialmente na educação infantil (0 a 5 anos), onde o percentual de crianças cresceu de 25,8% para 40,7%. Dentre as mulheres com filhos de 0 a 3 anos de idade na creche, 71,7% estavam ocupadas. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, 83,7% frequentavam a rede de ensino, em 2011, mas apenas 51,6% estavam na série adequada para a idade. Já a proporção de jovens estudantes (18 a 24 anos) que cursavam o nível superior cresceu de 27,0% para 51,3%, entre 2001-2011, sendo que, entre os estudantes pretos ou pardos nessa faixa etária, a proporção cresceu de 10,2% para 35,8%.


A SIS revela que as desigualdades reduziram-se, na década 2001-2011, em razão da valorização do salário mínimo, do crescimento econômico e dos programas de transferência de renda (como Bolsa Família). O índice de Gini (mede a distribuição de renda) passou de 0,559, em 2004, para 0,508, em 2011.
Em relação ao trabalho, entre 2001 e 2011, a Síntese constatou um crescimento da proporção de pessoas de 16 anos ou mais de idade ocupadas em trabalhos formais (de 45,3% para 56,0%), embora se mantivessem na informalidade 44,2 milhões de pessoas, em 2011. O rendimento médio no trabalho principal teve um aumento real de 16,5%, nesse período, sendo que mulheres (22,3%) e trabalhadores informais (21,2%) tiveram os maiores ganhos reais. No entanto, o rendimento das pessoas ocupadas pretas ou pardas equivalia, em 2011, a 60% do rendimento dos brancos. 
A SIS aponta, também, que em 2011 o tempo médio semanal dedicado pelas mulheres em afazeres domésticos era 2,5 vezes maior do que o dos homens.
Quanto aos indicadores demográficos, em 2011, a taxa de fecundidade era de 1,95 filhos por mulher, variando de acordo com a escolaridade (de 3,07 para mulheres com até 7 anos de estudo, para 1,69, para aquelas com 8 anos ou mais de estudo). Na década, a população idosa de 60 anos ou mais de idade cresceu a uma taxa anual de 3,7%, enquanto a população total cresceu a 1,2% ao ano.
A SIS 2012 inovou, ainda, ao tratar da proteção social e direitos humanos, abordando questões como a violência contra a mulher, entre outras. Verificou-se que, em mais da metade dos 75 mil registros de violência contra a mulher, elas acreditavam que havia risco de morte.
Esses são alguns dos destaques do estudo Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2012, que tem como fonte principal de informações a PNAD 2011, outras pesquisas do IBGE, e que traz avanços na utilização e análise de registros administrativos de órgãos federais. 

Brasil Bom 0000 - O que a mídia esconde

Os governos Lula e Dilma devem ter sido muito bons. Como se explica ambos terem índices muito grandes de aprovação sem a divulgação dos avanços que obtiveram pela grande mídia? Como manter tais resultados mesmo com o massacre cotidiano de imagem pelos meios de comunicação?

Todos os dias há boas notícias, indicando avanços nas condições de vida e materiais das pessoas e do país, mas tudo que se vê nos meios de comunicação é o "mas", quando publicam. Exemplo : Brasil reduz a pobreza, MAS... O que vem depois do MAS é muito maior que a notícia em si, reduzindo-a, inoculando a desesperança, a desmotivação, negando a possibilidade de prosperidade.

Da parte do Blog do Branquinho o que podemos fazer é dar divulgação a tudo que for positivo e criticar o que é negativo, principalmente informando que há algo mais além do que as quatro famílias que dominam as comunicações no Brasil querem que as pessoas vejam e pensem. Cabe aos meios alternativos da Internet romper essa "verdade única" das forças reacionárias donas de rádios, tvs, jornais, etc.

Essa série Brasil Bom - O que a mídia esconde - além de divulgar as coisas boas, tem a intenção de mostrar o papel lesivo da concentração dos meios de comunicação e propor a regulamentação do setor para acabar com esse poder paralelo. Regulamentação já!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Royalties do petróleo : Rio quer justiça

Uma das práticas mais antigas da incivilização é o saque em condições covardes, absolutamente desiguais. Era através de pilhagens de aldeias e pequenos feudos que se construíam impérios na antiguidade, concentrando recursos para algumas nações e espoliando outras. O mesmo está para acontecer no Brasil, em pleno século XXI, com a tentativa de pilhar os royalties do petróleo dos estados e municípios produtores ou afetados pelos riscos inerentes à extração.

No Brasil os recursos naturais do subsolo são de propriedade da União, e na sua extração os estados e municípios recebem compensações, que cobram impostos na origem. A única exceção está no petróleo, por conta de uma gambiarra fiscal, onde o imposto é pago no destino, aliviando de encargos os estados mais consumidores, como São Paulo. Em compensação, os produtores recebem "royalties", que em valor são equiparados aos dos eventuais impostos que deixariam de receber.

O que se aprovou no Congresso Nacional é a melhor tradição do saque, da pilhagem: tirar do Rio de Janeiro uma receita que há anos faz parte do orçamento, serve de contrapartida para financiamentos, está no cotidiano de municípios, sem qualquer compensação de mesmo valor.

Simples assim: tira-se do Rio (do Espírito Santo e outros estados também) para dar uma migalha a cada estado e município não produtor. Pior: no dia que houver um desastre ambiental, cada estado e município terá que arcar com os custos de recuperação. O que importa, para os saqueadores, é chegar na base no seu estado ou município com um "souvenir" do Rio.

O projeto subiu para a sanção pela Presidente Dilma, e a manifestação de ontem no Rio era para pedir o veto ao projeto que até 2020 trará perdas da ordem de R$ 77 bilhões. Justo quando o Rio começava a sair do atraso de mais de 50 anos, desde que perdeu a capital federal para Brasília e depois, quando teve que arcar com o ônus da fusão com o antigo estado do Rio de Janeiro, vem  um golpe desses. Com Copa e Olimpíada agendados, projetos de infra-estrutura em andamento, etc.


A manifestação parou o centro da cidade com o fechamento da Av. Rio Branco. Pelos meus cálculos, bem mais realistas que os apresentados pelo governo, havia umas 80 mil pessoas, considerado o trecho ocupado pela concentração e a taxa de ocupação por m2. Boa parte era o funcionalismo de órgãos estaduais e de diversos municípios, que vieram em caravanas bancadas pelas administrações locais.


Uma passeata 60% "chapa branca", com uma infra-estrutura impecável de palco na Cinelândia, telões, som, banheiros e segurança, sendo que os policiais e guardas municipais também eram parte interessada. Viaturas com sirenes ligadas entraram no ritmo.











Os discursos oficiais, que ecoavam na avenida pelos potentes carros de som, falavam da injustiça e da covardia de alguns deputados, e que esse saque ao Rio era coisa de uma minoria, que não representava a vontade dos outros governos, etc. Não houve nenhuma provocação contra outros estados, nada de discurso de guerra de secessão. O governador do Espírito Santo, Casagrande, participou do ato junto com o governador Cabral e diversos prefeitos.






Pequenas participações de militantes do PT, PDT, PV, PMDB, DEM, CUT, UGT e sindicatos em apoio ao veto. Quem não foi lá nem para marcar posição foram PSDB, PSTU, Conlutas. Associação comercial, Clube de Engenharia, CREA-ES e entidades de funcionários também presentes. Muita música na animação (funk, gangnam style, samba), que acabou atraindo pessoas que saíam do trabalho para engrossar a multidão, um bom público para um dia de segunda-feira chuvoso.

Os partidos da base aliada de Cabral tiveram espaço para falar. Muitos dos discursos faziam terrorismo com as perdas que a população teria caso os 8,5 bi de reais não entrem nos cofres por ano: fim das UPPs, fechamento de UPAs, fim de reformas de escolas e hospitais, paralisação de obras do metrô, enfim, o Armagedon. Ninguém falou em parar as obras da Copa e da Olimpíada.

Enquanto isso, havia outros protestos dentro do protesto. O único consenso era a necessidade de Dilma vetar o projeto lesivo ao estado e aos municípios. Militantes do PSOL levaram faixas com "Fora Cabral, Veta Dilma" e distribuíram nota à população questionando o destino dos royalties e a falta de transparência no uso dos recursos.  Indios e militantes que apoiam a Aldeia Maracanã no antigo prédio do Museu do Índio, que está para ser demolido para obras da Copa, protestaram fortemente, chegando a haver início de conflito com policiais e defensores de Cabral.

Petroleiros distribuíram nota questionando a privatização da exploração através de leilões de bacias. Militantes ambientais da ilha de Paquetá (sempre atingida em desastres ambientais, na baía de Guanabara) também queriam os royalties para prevenir acidentes. O movimento foi engrossado por uma passeata puxada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas para denunciar as demissões na WEBJET e irregularidades no processo de fusão com a GOL.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

RIO : Demitidos da WEBJET protestam na Rio Branco

Hoje à tarde fotografava o entorno da manifestação em defesa dos royalties do petróleo para o Rio de Janeiro, na Av. Rio Branco, quando da direção do aeroporto Santos Dumont veio uma passeata de protesto dos funcionários demitidos da WEBJET no processo de fusão com a GOL.

A revolta maior foi pelo fato da GOL ter dado esperanças de absorção de cerca de 600 funcionários da WEBJET, a ponto de pedir números de roupas para uniformes, etc. As pessoas receberam telefonemas à meia-noite de um dia da semana passada avisando de uma reunião no dia seguinte, onde souberam da demissão coletiva.



O resultado imediato está no aumento das passagens aéreas. Eu era usuário constante da WEBJET no trecho Rio - Brasília - Rio, e não pagava mais de R$ 200 por trecho, até bem menos que isso, porque era a empresa mais barata. Agora está difícil encontrar vôos por menos de R$ 250. Pela GOL, pula dos R$ 300.

A omissão (ou cumplicidade) do CADE nesse caso de concentração oligopolista do setor aéreo também foi motivo de reclamação dos manifestantes. Vários vôos simplesmente deixarão de existir, piorando a situação de congestionamento aéreo, com a não absorção das equipes da WEBJET pela GOL.

O fim da WEBJET faz a farra dos altos lucros das empresas oligopolistas. Só para dar idéia do descalabro, uma passagem Brasília / Natal para o dia 26/12, apenas ida, está à venda pela TAM por absurdos R$ 4222. O que é isso? Sazonalidade? O nome é ganância, retirada de opções, concentração do setor, patrocinados pela ANAC, CADE, etc. Mais caro que ir ao Japão, Austrália, etc. A mesma empresa anuncia passagens de ida e volta para a Europa, em promoção, por R$ 1.577 a partir de março.

 RESUMO DA VIAGEM
FLEXTarifa Flex
Você terá os beneficios da tarifa Flex durante toda a sua viagem em caso de alterações de data(s)/voo(s) e reembolso.

IDA

Dez26Qua
15:07 BrasíliaJuscelino Kubitschek International
21:15 NatalAugusto Severo
Conexões: 1 
Escala(s): 0

TOTAL

Adulto x1R$   4.222,00
Total em Passagens:R$ 4.222,00

TaxasR$   21,13

TotalR$   4.243,13

Infelizmente para a passeata, logo que chegaram à Cinelândia houve a coincidência com a chegada, no sentido contrário, das autoridades que vinham acompanhando a passeata em defesa dos royalties, e vários carros de som ocuparam o trecho de onde vinham, literalmente escanteando a manifestação.

Da nossa parte, além da solidariedade com a luta por justiça desses profissionais de cujo trabalho diretamente dependi e que terão um fim de ano sem emprego, vai este post que, infelizmente, pode ser uma das poucas matérias sobre o movimento, pois todas as câmeras estavam voltadas para o outro lado da avenida. 

VEJA : Tudo se compra?

A revista mais vendida do Brasil trouxe uma indagação importante na sua capa, a partir do leilão da virgindade de uma brasileira: "Tudo se compra"? A ela acrescenta alguns exemplos, como apoio parlamentar, votos, cidadania, rins, sangue e bebês.

Nossa resposta, continuando a lista : compra-se também dossiês falsos, escutas clandestinas, matérias caluniosas sob encomenda, caráter de alguns jornalistas, procuradores e juízes. Credibilidade, entretanto, não se compra: se conquista com a verdade.

domingo, 25 de novembro de 2012

GOLPE : "Enviado via Iphone"

Essa modalidade de golpe chega a enganar porque tem gente que nos manda fotos sem escrever muita coisa, e justamente por isso se clica no link para ver do que se trata. Só nos últimos dias recebi dois desses, com os links por baixo das fotos e do "baixar todos os anexos" apontando para o link (https://dl.dropbox.com/s/l2y3qi77z1w0lx0/DSC0102511.zip?dl=1), que pode ter conteúdo malicioso. Os e-mails certamente foram clonados pelos criadores do golpe. Um deles é de um supermercado de Mato Grosso, que não deve ter nada a ver com os criminosos, o que tornou mais fácil verificar que não é de ninguém que conheça.

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Rosinhofactum rosinhofactum@uol.com.br
15:26 (13 minutos atrás)
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Dp dp@supermercadoscompremais.com.br
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sábado, 24 de novembro de 2012

HOAX : Joaquim Barbosa é contra as cotas raciais

Circula pelo Facebook uma foto do agora presidente do TST, Joaquim Barbosa, com uma legenda dizendo que estudou e não precisou de cotas para chegar lá, como se fosse contra o sistema de discriminação positiva. O e-mail malicioso (mentiroso mesmo) já tinha quase 20 mil compartilhamentos ao chegar a mim.

Para rebater mais essa armação dos racistas, o povo de direita, que não aceita a ascensão social dos negros defendida pelo PT desde a sua criação, tenta enganar as pessoas com mais essa falsidade (hoax). Até Lula exercer na prática o discurso da promoção racial com a nomeação de Barbosa ao Supremo, nenhum governo anterior havia feito isso. Principalmente os da direita, que agora querem fazer crer que Barbosa é contra as cotas raciais.

Segue a declaração de Barbosa no julgamento das cotas raciais em abril de 2012, na ação promovida pelo DEM questionando a constitucionalidade das cotas na UNB (ADPF 186). Os racistas perderam por 10 x 0 mas querem reabrir a questão, o que é uma incoerência: usam a imagem de Batista como anti-petista no julgamento do Mensalão, e usam também a sua imagem contra as cotas defendidas pelos petistas. Pior: nem de negros os caras que fazem essas manipulações gostam. Inventam de tudo para descaracterizar a chegada de Barbosa ao topo do judiciário. São os herdeiros diretos da casa grande.


Ministro Joaquim Barbosa afirma que ações afirmativas concretizam princípio constitucional da igualdade
joaquim-barbosa-cotas-stfO ministro Joaquim Barbosa acompanhou o voto do relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, ministro Ricardo Lewandowski, e afirmou que sua manifestação foi tão convincente e abrangente que praticamente esgotou o tema. "O voto de Vossa Excelência está em sintonia com o que há de mais moderno na literatura sobre o tema", afirmou.
Autor de vários artigos doutrinários sobre a questão, o ministro Joaquim Barbosa reproduziu parte de um texto que escreveu há mais de 10 anos intitulado "O debate constitucional sobre as ações afirmativas" e fez declarações pontuais para demonstrar o que pensa ser essencial em matéria de discriminação.
"Acho que a discriminação, como componente indissociável do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se de uma roupagem competitiva. O que está em jogo aqui é, em certa medida, competição: é o espectro competitivo que germina em todas as sociedades. Quanto mais intensa a discriminação e mais poderosos os mecanismos inerciais que impedem o seu combate, mais ampla se mostra a clivagem entre o discriminador e o discriminado", afirmou.
Para o ministro, daí resulta, inevitavelmente, que aos esforços de uns em prol da concretização da igualdade se contraponham os interesses de outros na manutenção do status quo. "É natural, portanto, que as ações afirmativas – mecanismo jurídico concebido com vistas a quebrar essa dinâmica perversa –, sofram o influxo dessas forças contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo, é claro, da parte daqueles que historicamente se beneficiam ou se beneficiaram da discriminação de que são vítimas os grupos minoritários", enfatizou.
O ministro Joaquim Barbosa definiu as ações afirmativas como políticas públicas voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos perversos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. "A igualdade deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objetivo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade", ressaltou.
O ministro lembrou que as ações afirmativas não são ações típicas de governos, podendo ser adotadas pela iniciativa privada e até pelo Poder Judiciário, em casos extremos. "Há, no Direito Comparado, vários casos de medidas de ações afirmativas desenhadas pelo Poder Judiciário em casos em que a discriminação é tão flagrante e a exclusão é tão absoluta, que o Judiciário não teve outra alternativa senão, ele próprio, determinar e desenhar medidas de ação afirmativa, como ocorreu, por exemplo, nos Estados Unidos, especialmente em alguns estados do sul", afirmou o ministro.
Ele ressaltou também que nenhuma nação obtém o respeito no plano internacional enquanto mantém, no plano interno, grupos populacionais discriminados. "Não se deve perder de vista o fato de que a história universal não registra, na era contemporânea, nenhum exemplo de Nação que tenha se erguido de uma condição periférica à condição de potência econômica e política, digna de respeito na cena política internacional, mantendo, no plano doméstico, uma política de exclusão, aberta ou dissimulada – pouco importa! Legal ou meramente estrutural ou histórica, pouco importa! –, em relação a uma parcela expressiva da sua população", asseverou.

Seleção : Mano Menezes cai mas nada muda

Na quarta-feira estava à noite em casa com a TV desligada quando ouvi gritos de "gol" na vizinhança. Descobri um jogo Argentina  x Brasil valendo uma dessas taças caça-níqueis inventadas pela cartolagem. Ao fim do jogo o Brasil perdeu em campo mas ganhou nos pênaltis e levou o troféu. Ouvi ao longe um disparo de fogos. Nada mais. Quem diria que chegaríamos ao ponto de um clássico desses ser visto com apatia pela torcida brasileira.

Ontem sai a notícia surpreendente da demissão do técnico da seleção brasileira, Mano Menezes. Em sua defesa a estatística aponta um nível de eficiência de 72%, e contra tem não ter ganho torneios de peso, e a queda no ranking da FIFA. Segundo a Folha, Mano teria sido considerado pela cartolagem atual da CBF (Marin & cia) como uma herança do ex-presidente Ricardo Teixeira, e sua demissão abre espaço para nomearem um nome de confiança da nova direção.

O estranho para muita gente nisso é a CBF ter dado as contas ao técnico justo quando ganhou uma disputa contra a Argentina. Mano sempre foi muito disciplinado, em termos de fazer o esquema dos cartolas: máxima exibição de jogadores na vitrine da Seleção, valorizando passes. Só que isso pode até fazer alguns donos de passes ganharem dinheiro, mas não se ganha uma Copa do Mundo assim.

Os estádios estão, bem ou mal, em fase final, ou seja, não vai ser por falta de estrutura que vamos fazer feio em 2014. Dinheiro para a seleção não falta. Virando o ano de 2013, todos os olhares serão agora para o time brasileiro, que terá seu primeiro teste em casa na Copa das Confederações.

Mano fez vários times e nenhuma seleção confiável, daquelas que a gente decora o nome dos jogadores e acredita que é uma equipe poderosa, capaz de mover corações e mentes acima das rivalidades interclubes. Perder esse torneio para a Argentina seria sair da seleção pela porta dos fundos, porque certamente seria demitido.

O que fez Mano para o jogo na Bombonera? O que qualquer técnico sensato fez ao longo da história das nossas seleções: pegou um time-base do Fluminense, que está bem articulado e ganhou o Brasileirão por isso mesmo, e colocou jogadores de expressão nas outras posições. O time perdeu  o jogo por 2 x 1 mas aguentou o tranco. Levou a taça, que era a meta. Em um só ato, porém, Mano fez duas heresias: fugiu ao esquema de vitrine de jogadores e privilegiou o futebol carioca, desagradando duplamente a cartolagem paulistana da CBF.

Quem deve ser o novo técnico? Nomes não importam: tem que ser alguém com suficiente dignidade para rejeitar as "cotas dos dirigentes" nas escalações e montar o melhor time, sem politicagem ou interesses financeiros. Tite? Abel Silva? Guardiola?

Considerando que o esquema da CBF coloca qualquer profissional brasileiro na marca do pênalti, com poder de vida e morte sobre suas carreiras, acima das paixões nacionalistas, o nome seria o do espanhol Guardiola, responsável pela grande fase do futebol no seu país. Não deve ser ele porque vão alegar que afrouxaria numa final contra a Espanha, o que é possível, mas não chega à razão principal: acima dos interesses e paixões da nação está o mundinho dos investidores do mercado do futebol. Duvido que os brasileiros tenham peito para encarar os donos do futebol. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Brasil : Hoje é a "Fake Friday"

Nos Estados Unidos o feriado de Ação de Graças foi apropriado pelo comércio para o evento "Black Friday" (sexta-feira negra), que acontece em seguida e simboliza a abertura da temporada das compras de Natal.  No Brasil, o copismo tupiniquim, que já trouxe o Halloween sem nenhum sentido porque ninguém comemora aqui o dia de Todos os Santos (1/11), agora inventou uma "Black Friday" sem comemoração do "Thanksgiving Day" dos norte-americanos.

Se a data não tem muito a ver também com o calendário comercial brasileiro do Natal (tradicionalmente começa após o dia de Finados, acelerado depois pelo 13o salário), também não promete descontos importantes como nos EUA, nem deverá servir de medidor para a confiança do consumidor, como lá. Pior: a ânsia por superlucros brasileira leva a manipulações flagrantes para enganar os consumidores, e as técnicas são muitas:
- elevar o preço e dar um desconto para que o preço final volte ao anterior ou até maior;
- anunciar mercadorias com preços irrisórios que o consumidor não encontrará na loja porque não existem;
- oferecer produtos mais baratos com características diferentes das usualmente existentes nos produtos anunciados, entre outras;

Essas mentiras por atacado no comércio de varejo, se realmente permitissem descontos de até 70% como algumas redes, mostrariam um outro lado cruel: o comércio pratica margens de lucro muito altas e pode até baixá-las promocionalmente, e o brasileiro paga muito caro pelas coisas que compra. Quem leva a culpa é a carga tributária, que no varejo está na faixa de 30% e a partir do ano que vem constará nas notas de compra de forma explícita. E o resto?

O que explica que paguemos até 200% acima do preço no Brasil em produtos que vemos no exterior, como veículos? O imposto de importação não é tudo isso. A parcela que pagamos a mais é o tal "Lucro Brasil", o preço da ganância. Essa não aparece nos "impostômetros", instrumento de disputa ideológica dos liberais capitalistas que não querem impostos, especialmente para os mais ricos, nem sustentar o Estado. Nem na forma de descontos à vista num mercado viciado em aplicar aos preços o valor do parcelamento a juros extorsivos (para estes não tem um "jurômetro".

E lá vai o brasileiro embarcando nessa nova cilada. Vão entrevistar na TV a meia-dúzia que vai chegar às lojas cedo e comprar as poucas mercadorias com até 70% de descontos, que o comércio contabiliza na propaganda do evento, engordando mais esse estímulo ao falso desconto no consumo, a "Fake Friday" (sexta-feira falsa, da enganação), que nada em a ver com a dos americanos. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vasco deve perder patrocínio da Eletrobrás

Um dos mais escandalosos casos de patrocínio político é o que a Eletrobrás presta ao Vasco. Foi fartamente anunciado pela imprensa que o governador Sérgio Cabral, que é vascaíno, foi ao ministro de Minas e Energia pedir o dinheiro para apoiar o seu time, e não é pouco. Se algo agregou valor foi a marca da Eletrobrás ao Vasco, porque o contrário não existe.

Nem ganhar títulos ou pagar salários em dia o clube do morro de São Januário conseguiu para valorizar o patrocinador. Por sinal, está tendo dificuldades para obter as certidões negativas necessárias às comprovações para poder sacar o dinheiro da Eletrobrás, porque está devendo a muita gente.

Em 2008 o valor inicial foi de R$ 14 milhões, bancados em parte pelos acionistas privados e, na maior parte, pelos contribuintes brasileiros, pois a empresa tem como acionista majoritário o Tesouro Nacional.

A presidente Dilma quer acabar com a mamata das empresas de energia elétrica terem superlucros às custas de contas elevadas dos consumidores. A energia elétrica no Brasil é das mais caras do mundo, afetando até a competitividade da economia. A partir do ano que vem haverá reduções de até 28% nas contas, e os acionistas do setor elétrico, sabendo dos tempos de menor fartura de lucros, já estão se desfazendo das ações para minimizar os prejuízos.

Até agora as ações da Eletrobrás caíram 58%, o que está ensejando por parte das empresas duas reações:
- campanha de mídia denegrindo o governo como irresponsável por "roubar" das empresas de energia, como se quisessem indenização para pararem de ter superlucros na moleza;
- redução de custos supérfluos, em especial com propaganda, e aí entra o patrocínio do Vasco.

A Eletrobrás, se não podia fugir da decisão dos políticos para escapar de ver seu nome ao lado de uma marca de segunda, sem potencial para faturar em glórias, agora tem o motivo da austeridade para chutar para o alto esse patrocínio sem futuro. 

CPI de Cachoeira enfurece a Globo

Do exemplar de O GLOBO que vi hoje nas bancas caíam veneno, cobras e lagartos na matéria sobre o relatório da CPI, que nem foi lido, mas eles já conhecem todo. O que mais desagradou a mídia golpista foi a condenação do governador tucano de Goiás, Marcone Perilo, a falta de provas contra o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), a cutucada no Procurador Geral da República e, acima de tudo e principalmente, ter sobrado para o jornalista Policarpo da VEJA, aquele das armações, escutas e dossiês falsos articulados com Cachoeira e Demóstenes, outros que também foram citados para indiciamento.

O jeito vai ser recorrer a outro julgamento em andamento, o do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). Se depender do Ministério Público de São Paulo, o mandante foi Lula, que deu até a arma e disse como fazer a tortura e o crime. Como o julgamento do Mensalão está praticamente no fim e o impacto das principais sentenças já foi esquecido, a bola da vez é a dos escândalos demo-tucanos. 

Caso Bruno : Macarrão amolece e pisa no Bola

Hoje as manchetes sairam da pauta da atrocidade de Israel em Gaza para o Caso Bruno, cujo julgamento pela morte de Elisa Samúdio está em andamento em Minas. Até ontem todos negavam a morte de Elisa, mas nesta madrugada Macarrão, amigo de Bruno, deu com a língua "al dente" e admitiu que a entregou para pessoas achando que ela iria para a morte.

Mesmo sem a prova material, o corpo, esse depoimento poderá ter um efeito dominó, sobrando para Bola, que seria o executor da morte e sumiço, e para Bruno, colocado na postura de mandante. A estratégia das defesas dos demais deverá mudar. Agora é cada um por si.

Do jeito que anda o nosso judiciário, ninguém sabe o que acontecerá com Bruno, Bola e Macarrão, mas nos corredores de um importante tribunal já se fala que o PT deve ter alguma culpa. 

SP : As mortes da arrogância tucana

Depois que o número de homicídios no estado e na capital dobrou em outubro, e todo dia há chacinas onde bandidos ordenam execuções de policiais, enfim o Secretário de Segurança pediu prá sair. Ou foi posto para fora. Seguindo o "autonomismo tucano" em relação ao governo federal, que sempre ofereceu ajuda à Secretaria de Segurança, o ex-secretário se recusou a mandar os principais mandantes das facções criminosas para presídios federais, o que dificultaria muito a ação organizada dos bandidos. Deu no que deu. Agora o governador Alckmin desceu do pedestal e vai trabalhar junto com o governo federal para acabar com a crise. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cachoeira livre para continuar a fazer do mesmo

A pouca vergonha do sistema penal brasileiro já mostrou que se pode prender uma pessoa e ela continuar suas atividades criminosas de dentro da cadeia. Para isso existem celulares, advogados-cúmplices, amantes, etc. A não ser que se condene o preso a uma prisão de segurança máxima (e mesmo assim ainda saem ordens), tudo continua como antes.

O que mudou com a prisão de Cachoeira e a CPI no Congresso Nacional? Até aqui só a mudança na fachada da Delta, os holofotes iluminaram as bandalhas do governador tucano de Goiás, Marconi Perilo e atingiram de leve o prefeito de Palmas, que é do PT. A ação corruptiva da Delta no esquema Cachoeira só foi investigada no centro-oeste e blindados outros governos, inclusive o federal.

Cachoeira só estava na cadeia até ontem por causa do jogo do bicho. Ninguém vai lhe tomar o passaporte, a exemplo do que o ministro-pavão do STF fez com os réus do Mensalão. Vai parar os esquemas com empreiteiras e governos? Vai um dia ser condenado pelo que já fez? E sua associação criminosa com a revista Veja para forjar dossiês? E a suspeita omissão do Procurador Geral da República, que sabendo do esquema Cachoeira não tomou as providências e deixou o processo dormir?

Hoje sairá o relatório da CPI que será automaticamente incinerado pela mídia como "vingança" do Mensalão. Veremos políticos gritando uns com os outros para defender os criminosos dos seus lados. No fim, muito falatório e todo mundo solto, mesmo com um festival de provas e alguns indiciamentos que não merecerão acusações enfáticas nem julgamentos espetaculares. E tudo continuará igual, com obras superfaturadas, financiamentos de campanhas lícitos e por caixa-dois de empreiteiras e a Veja servindo de forjadora de "verdades" que alimentam o poder paralelo que tenta golpear o governo. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

"Efeito Dirceu" paralisa PT, Dilma e ameaça Lula

Pior que fazer caixa-dois com esquemas dos tucanos é errar na avaliação sobre o julgamento no mensalão no STF. O ano de 2012 iniciou com uma ampla ofensiva contra os demo-tucanos, com a CPI do Cachoeira ameaçando colocar em xeque governos tucanos e a revista VEJA e sua fábrica de mentiras. Na prateleira ainda havia a possibilidade de uma CPI da Privataria. O que fez o PT? Entendeu que como não havia provas contra Dirceu e sobre o uso de dinheiro público no caixa-dois, o julgamento do Mensalão não teria muito efeito prático, com penas que não seriam cumpridas, etc. Afinal, a maioria dos juízes foi colocada lá por Lula e Dilma. O que temer? Além do mais tem o Mensalão Tucano, eles começaram tudo, etc.

Eis que veio o golpe do judiciário, articulado com o Ministério Público e com a mídia, passando por cima do direito, considerando o dinheiro privado da Visanet como público, condenando Dirceu sem provas a penas que o levam à cadeia. Pior: o "Efeito Dirceu" estabeleceu uma nova correlação de forças no país. O novo presidente do STF, o promotor do Mensalão, Joaquim Barbosa, já está tentando novamente passar por cima das regras e dar o golpe em Dilma tentando impor uma lista de nomes indicados por ele para a vaga de Ayres Brito.

A mídia massacra sem parar o PT, Lula e Dilma, aguardando apenas a imagem de Dirceu algemado indo para a prisão para partir para o xeque-mate: pedir a cabeça de Lula pela mesma tese do "domínio do fato", junto com a oposição demo-tucana. Todo tipo de sabotagem poderá ser feito contra o governo Dilma, paralisando suas obras por razões burocráticas através dos tribunais, de preferência trazendo a desmoralização perante o mundo com o fracasso da Copa. Dilma terá que pagar com mais cargos à base aliada, diante da ofensiva onde não poderá contar com o PT, embuído exclusivamente na defesa de Dirceu. Poderá até sofrer mais caso o golpe em andamento na Argentina contra Cristina Kirchner tenha sucesso.

Esperar o "zeramento" do mensalão com o julgamento de Azeredo e a turma de Minas é mais uma ilusão: vão jogar tudo numa gaveta, porque o judiciário tem lado, é partidário, e não vai jogar contra si e contra a ideologia que defende.

Essa aliança STF, Oposição, Mídia, Ministério Público, é algo que nenhuma cabeça no PT pensou. Aliás, o PT não pensa, mas José Dirceu manda. Com o partido refém de defender Dirceu, mesmo com praticamente toda a militância se indispondo a isso, não há qualquer reação através da mobilização. O PT não busca se defender e a Dilma e Lula do massacre da direita articulada, mas só trabalha para denunciar a injustiça contra Dirceu. A direita, ganhando sobrevida com a incompetência e subserviência do PT a Dirceu, vai golpear até derrubar Dilma e esquartejar Lula.