sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio + 20 : Mídia manipula palavras de Dilma às mulheres

Quem vir a capa do jornal carioca "O DIA" de hoje lerá em destaque: "Dilma manda homens irem para a cozinha". Abrindo a matéria no site do jornal, a manchete diz "Dilma defende direito sexual e ataca maridos preguiçosos". Na matéria, está escrito : "A presidenta Dilma Rousseff afirmou também que a participação maior das mulheres do mercado de trabalho depende do “engajamento dos homens nas tarefas domésticas e no cuidado não remunerado dos filhos”. Parece aquelas coisas de brincadeira de telefone sem fio, onde a primeira mensagem vira uma coisa completamente diferente no final, mas a nossa imprensa não tem pudor com esse tipo de prática. 


Já a Globo, através do site G1 preferiu atacar Dilma pela esquerda, defendendo as feministas que queriam ver no documento das Mulheres da ONU a liberdade do direito reprodutivo, ou seja, a possibilidade de aborto. A manchete diz que Dilma só criticou o documento sob pressão, ou seja, numa construção que aponta para a presidente não ter opinião própria, e ficar a todo momento agindo pela vontade de outros. O link da matéria tem uma idéia, mas a manchete deve ter sido alterada para ficar mais agressiva contra Dilma : http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/dilma-se-reune-com-lideres-mulheres-por-chamado-de-acao-na-rio20.html.

A Agência Estado, por sua vez, tem na manchete que "Dilma defende documento que omite direito reprodutivo", e explica que o texto é resultado de consenso entre todas as líderes presentes, e que houve barganha por pressões religiosas para trocar a possibilidade de aborto por outras questões. E coloca o texto do discurso de Dilma melhor contextualizado, que os outros meios não mostraram para não perderem a contundência oposicionista:

"Um momento curioso dos discursos foi quando a presidente Dilma Rousseff defendeu a divisão de tarefas em casa com os maridos e foi fortemente aplaudida, com gritos efusivos das presentes. A presidente Dilma falou ainda sobre a isonomia salarial com os homens e a autonomia econômica das mulheres para a construção de sua cidadania plena, respeitando-se as culturas e os costumes de cada sociedade. O encontro terminou com uma espécie de grito de guerra entre as presentes :"os direitos das mulheres são universais"."

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