quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rio + 20 : Conferência começa sem sustentabilidade

Rio de Janeiro - Aeroporto Tom Jobim (Galeão) hoje
Hoje precisei ir de carro de Botafogo ao Aeroporto do Galeão, no Rio, num horário fora de pico. Na ida, até que foi tudo bem, mas a volta... Logo de cara, na pista de saída do aeroporto, uma obra de recuperação asfáltica da pista cria um engarrafamento que certamente piorará muito quando passarem os comboios com prioridades para as autoridades internacionais.

Na Linha Vermelha, trânsito lento mas andando. Linha Amarela parada, como sempre, no sentido para a Barra, onde acontecerá, no Riocentro, a parte oficial da conferência. Mais adiante, próximo à entrada da Ponte Rio-Niterói, um carro da polícia estreitava a pista, com mais retenção. Depois, engarrafamentos na Paulo de Frontin, Rebouças, Jardim Botânico, etc. O prefeito Eduardo Paes pediu à população que evite ir à Zona Sul e à Barra da Tijuca, para não piorar o previsível tumulto por falta de infra-estrutura de transportes.

Nesta época do ano é comum a ocorrência de nevoeiros pela manhã, tanto no Rio como em São Paulo. Ontem o Aeroporto de Congonhas fechou para pousos à noite, trazendo caos. A probabilidade de falta de teto para pousos e decolagens no período da conferência á razoável. No Galeão foi suspensa a exclusividade de táxis da cooperativa, permitindo que qualquer um atenda, para evitar o sufoco. Em compensação, conhecendo o histórico de oportunismo da bandidagem carioca, a bandalheira deverá tomar conta dos serviços.
Acesso ao Aeroporto Tom Jobim - obras na pista

Diversos vôos deverão ser cancelados ou remanejados entre 20 e 23 de junho (infelizmente estou nessa, ainda sem saber o que acontecerá com a minha viagem), para priorizar os pousos e decolagens de autoridades.

No Riocentro a pressa para conclusão dos estandes e pavilhões causou bizarrices, como no Pavilhão Brasil, inaugurado pela presidente Dilma hoje, onde a letra "B" do Brasil caiu. Fora isso havia espaços vazios, faltou energia, a internet wi-fi teve problemas, apenas para falar do local da conferência. Ontem a TV Record fez uma reportagem do entorno do Riocentro, mostrando riachos cheios de lixo, manchas de poluição e esgotos lançados "in natura" na lagoa.

Bandeirola na saída do acesso ao Aeroporto Tom Jobim
Um otimista diria que do caos emergirá uma nova ordem, melhorada pelo aprendizado com os erros. O problema é que as falhas acontecerão às vistas de governos estrangeiros, sendo mais graves que se acontecessem em eventos esportivos. Uma falha envolvendo um governante estrangeiro repercutirá muito mais negativamente que se fosse com turistas na Copa ou na Olimpíada.



O Rio tem que se superar, e correr contra o prejuízo depois de mais de 30 anos de estagnação na sua infra-estrutura. Passada a Rio + 20, a cidade entrará num caos pior, com a interdição de estações do metrô em Copacabana e Ipanema, demolição do elevado da Perimetral, obras no entorno do Maracanã, metrô da Barra. Toda essa correria, entretanto, não reporá o passivo de formação de pessoas para o turismo, de adaptação do comércio para responder à altura o desafio de fazer do Rio  uma cidade global, etc. Do jeito que está é insustentável. 

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