quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Capital não aceita "democracia grega"

Acabou o amor.  Sarkozy e Merkel já tinham feito o trabalho sujo para salvar os bancos afundando de vez a Grécia, mas, quando champanhes já se abriam para a comemoração, o primeiro-ministro Papandreu, por razões que vão da decência à jogada política, resolveu melar a transação. Pelo menos, postergar com um plebiscito, que surpreendeu até a sua base aliada, mas que já conta com apoio dela.

Hoje, momentos antes de começar a reunião do G-20 em Cannes, na França, declarações de Sarkozy e Merkel davam o tom furioso contra a Grécia, caso insista em submeter a aceitação do pacote ao referendo popular. Os representantes dos banqueiros dão o ultimato: ou aceitam o acordo de submissão, ou a Grécia será banida da zona do euro. E que sirva de lição para a Espanha, Portugal, Itália, Islândia e outros na fila da falência.

Milhares de manifestantes estão em Nice, cidade vizinha a Cannes, protestando contra os banqueiros. Uma das suas bandeiras é pela preocupação com os povos, e não com os banqueiros. Com essa atitude hostil à decisão soberana da Grécia de levar o assunto à apreciação popular, Merkel, Sarkozy e outros prepostos dos banqueiros serão fritados nos seus próprios países, onde também há manifestações contra os bancos.

A Grécia não deve recuar. Esse debate tem que passar pelo povo, que está nas ruas resistindo às reformas orientadas pelo FMI. Qualquer que tenha sido o motivo real de convocar o plebiscito, fica o precendente para os demais países, para que não aceitem acordos anti-populares feitos por governos e parlamentares corrompidos pelos banqueiros. 

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