quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Viagem : De Moscou a Viena

Na viagem para Moscou usamos ônibus comum e metrô para ir do Aeroporto de Sheremetievo para o centro, e gastamos uma hora a mais que na opção do trem direto para a estação Belorruski para de lá pegar o metrô, quase no centro. Tudo por causa da incerteza da parte do ônibus, que pega vias congestionadas sujeitas a imprevistos. Na volta não quisemos arriscar e fomos pelo trem.


Se você for com muitas malas, irá enfrentar a falta de acessibilidade de passagens subterrâneas e das linhas do metrô. Não há rampas nem elevadores em canto nenhum. Bom para quebrar rodinhas de malas. Táxi só em último recurso, porque deve ser uma fortuna, já que de trem expresso são 35 minutos. Sheremetievo dista 32 km da Praça Vermelha, enquanto o Aeroporto de Guarulhos fica a 28 km da Praça da Sé, em São Paulo. Lembramos que há outros dois aeroportos em Moscou, de Ynukovo e de Demodedovo, que são mais ao sul, enquanto Sheremetievo é ao norte, e de uso mais intenso pela Aeroflot e Air France.

Chega-se de metrô à estação Belorruski com facilidade, pois está na linha 5 do metrô (marrom), que é circular. Na estação de trem, há uma entrada específica do Aeroexpress, onde se pode comprar o ticket em máquinas ou no caixa por 320 rublos para adultos (R$ 20). O trem é confortável, e nitidamente tem primeira classe (poltronas azuis) e segunda classe (poltronas vermelhas), tudo pelo mesmo preço. É chegar e sentar, pois não tem lugar marcado.

A viagem mostra coisas interessantes, como os imensos conjuntos habitacionais que não têm vagas para automóveis, resultando nuns "puxadinhos" de garagens junto à linha do trem. Parece favela, mas é garagem mesmo. Favela mesmo, não se vê, apenas umas casas mal cuidadas já a 2/3 do percurso total.

Chega-se ao aeroporto pelo bloco dos terminais D, E e F, onde se mostra o ticket a uma leitora de códigos na roleta e se passa num detetor de metais normal de aeroporto (bolsas no aparelho de raios-x, detetor de metais para as pessoas). Quem vai para os demais terminais tem que pegar um ônibus numa saída próxima.

Nunca vimos um esquema de segurança tão pesado como o de Moscou. Em janeiro houve um atentado a bomba no aeroporto de Domodedovo, matando bastante gente, com autoria provável de separatistas da Chechênia. As neuroses de Nova Iorque, Paris e Londres parecem coisa de amador perto da Rússia. Nas estações de trem, além dos detetores, há policiais passeando com cães farejadores de explosivos.

Em Sheremetievo, depois de passar pela imigração, há um outro detetor, mais sofisticado. Deve-se tirar sapatos, cintos, casacos, e passar no aparelho de raios-x. O detetor de metais para as pessoas é uma cabine que também aponta concentrações de massas ou de calor numa tela de LCD que fica à frente do policial, que apalpa as regiões mostradas. Já tinha visto scanner de corpo no Canadá, mas deste, nunca vi.

Por conta da segurança, é recomendável chegar bem antes da hora ao aeroporto. Se houver um vôo em horário de pico, essas revistas podem gerar grandes atrasos. Outra recomendação é levar o bilhete de passagem impresso. Não entendemos bem por que, mas nos mandaram ir ao balcão da Aeroflot para imprimir. Deve ter coisas que eles só entendem por escrito, por causa do alfabeto diferente.

Um outro detalhe interessante: parece que selecionam as pessoas que ficarão nos locais mais espaçosos pelo tamanho. Isso porque me alocaram numa poltrona junto à saída de emergência, junto com mais 5 pessoas bem maiores que eu, onde havia espaço grande para as pernas. Se for isso, ótimo, mas pode ter sido coincidência. O povo que viaja na Aeroflot, tanto na ida como na volta, em grande maioria homens, aplaudiu entusiasticamente quando o avião pousou e freou. Como a Aeroflot tem um histórico indesejável de acidentes, deve ter algo a ver, e com razão: hoje, devido às condições ruins de clima, o avião subiu a uma altitude que nunca vi antes. Imaginem com neve, gelo, etc?

Foi ótima a visita a Moscou. Vimos tudo que todos vêem e mais alguma coisa. Correria. Cansativo, com tempo nublado ou chuvoso na maior parte do tempo. Mas a simpatia das pessoas, a boa vontade, a segurança da cidade e as suas belezas compensaram o esforço e o investimento. Seria necessário voltar com mais tempo para ver muito mais que existe lá. Além disso, saímos com a sensação de que São Petersburgo deve ser fantástica também, porque lá esteve o centro do império na sua fase áurea.

É um alívio ter sobrevivido a uma semana sem falar absolutamente anda de russo além de "da" (sim), "niet" (não) e "spacibo" (obrigado), e de a todo momento ter que transliterar do cirílico para o latino na esperança de aparecer alguma palavra conhecida. Agora só vamos andar em países de línguas que não conhecemos com o nosso alfabeto. Continuaremos sem conhecer as palavras, mas sem a trabalheira da conversão. Melhorou 100%! Além disso, saímos de temperaturas de 5 a 14 graus para um clima na base dos 25 graus, acabando com o perrengue de usar casacos pesados.


Nenhum comentário:

Postar um comentário