sábado, 4 de junho de 2011

Rio : Cabral usa violência contra bombeiros


Pode ser apenas força de expressão, e não serem os mais mal pagos do Brasil, como consta na faixa da foto, exibida à imprensa internacional quando o presidente Obama esteve no Teatro Municipal, no Rio em março de 2011. O fato é que os mesmos policiais e bombeiros que arriscam suas vidas para garantir a segurança do cidadão, aqueles que aparecem em filmes e noticiários combatendo a bandidagem, são os mesmos que ganham por volta de R$ 1.000 por mês. Em Brasília, os salários são superiores a R$ 3.000,00. É este salário que o Projeto de Emenda Constitucional 300 usa como referência mínima para policiais de todo o país

A faixa acima não é a única mensagem mandada a um governo: por todo o país já houve manifestações pela aprovação da PEC 300, que elevaria bastante o piso da categoria. Clique aqui para ver a de Fortaleza, em janeiro deste ano. Nas praias do Rio já vi manifestação do pessoal do Salvamar, que é do Corpo de Bombeiros, contra os baixos salários. Sem receber o suficiente para garantir o sustento de suas famílias, os policiais e bombeiros se tornam presas fáceis para o aliciamento pelas milícias que dominam parte do território do Rio, ou da corrupção por traficantes, bicheiros, etc.

Ontem a coisa esquentou: os bombeiros do Rio ocuparam a sede da guarnição, no centro da cidade. O governador Sérgio Cabral, que gosta de faturar em cima das ações policiais cinematográficas e se reelegeu por causa das UPPs, ao invés de negociar, preferiu mandar baixar a porrada nos seus funcionários. O BOPE e o Batalhão de Choque, igualmente mal pagos, invadiram o local e tiraram os cerca de 2 mil manifestantes com o uso da força.

Cadê, nesta hora, o imenso dinheiro dos royalties do petróleo do Rio? Um estado com recursos, que tem como capital a sede da Olimpíada de 2016 e se destacará na Copa de 2014, que tem a todo momento que recorrer aos bombeiros para tirar dos escombros as vítimas do descaso das autoridades nas enchentes e os policiais para enfrentar guerras contra bandidos, deveria ter bem mais respeito aos seus profissionais. Por que não se antecipar, dando exemplo, e pagar os valores previstos na PEC 300 antes do fim da sua penosa tramitação, que poderá durar anos?

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