sábado, 2 de abril de 2011

Religião : intolerância x intolerância

Religião não se discute. Nem o direito a não tê-las. A quem não tem, cabe tolerar quem tem. A quem tem, cabe aceitar quem não tem. Infelizmente, isso não existe na prática. Há poucos dias a EBC, Empresa Brasileira de Comunicação, anunciou que em seis meses tirará do ar os programas de algumas religiões específicas. O ato é correto, considerada a laicidade do estado, mas os religiosos criticam achando que o estado lhes é submisso. Dizem que vão abrir espaços para a multiplicidade religiosa. Muito bem, mas não considera o fato de grande parte da população mundial não seguir nenhuma divindade ou religião. Os ateus também terão o seu espaço? O estado não pode promover esse loteamento entre religiões, a título de não criar privilégios.


Nos Estados Unidos, um pastor de uma igreja na Flórida, mesmo sabendo da radicalidade muçulmana em defesa dos seus valores religiosos, queimou um exemplar do Alcorão, livro sagrado do Islã. Em nome da liberdade de expressão, tudo que Obama & cia puderam fazer foi pedir ao pastor que não fizesse isso, porque tropas americanas estão ocupando países de religião muçulmana. O pastor não ligou para isso, e buscando atrair atenção para buscar impedir a construção de uma mesquita em Nova Iorque, queimou o livro.

Agora vem a rebordosa. O povo do Afeganistão começou a se rebelar, destruindo o escritório da ONU em Kandahar e matando funcionários estrangeiros, pensando tratar-se de alvo americano. Logo a onda irá se espalhar, chegando ao Iraque e reforçando as posições políticas dos fundamentalistas em todo mundo islâmico. A Al Qaeda agradece. E como ficam os dois lados na guerra civil líbia, ambos muçulmanos, estando um dos lados recebendo mísseis americanos para favorecer o outro? A idéia de "cruzada" do ocidente contra os líbios vai aumentar o tom do discurso de Kadafi.

Paradoxalmente, o pastor que queria impedir a construção de uma mesquita próxima ao World Trade Center, alvo da Al Qaeda em 11/09/2001, poderá fomentar novos atentados e mesmo o massacre de cidadãos americanos no Oriente Médio. O presidente do Afeganistão pediu a sua prisão, mas os americanos nada poderão fazer, pois não há lei proibindo esse tipo de expressão.

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