sexta-feira, 4 de março de 2011

EUA : Governador ameaça deputados contrários aos cortes salariais

Quando a gente fala das ditaduras árabes, da falta de respeito ao direito à organização sindical, à perseguição aos opositores, parece que essas coisas não acontecem em países ditos civilizados e muito menos em bastiões da democracia e da liberdade.


O que se vê (ou melhor, não se vê na nossa mídia) no estado americano de Wisconsin é uma dura batalha de trabalhadores contra um governador fascista, que não apenas quer cortar direitos dos servidores públicos como quer tirar dos sindicatos prerrogativas de representar suas bases. Nos Estados Unidos há debates acalorados sobre a necessidade dos sindicatos, ou seja, a idéia de atacar os trabalhadores encontra eco na mídia conservadora e chega a outros estados, como Ohio.

Há várias semanas o Capitólio de Madison (espécie de assembléia legislativa na capital do estado) não tem quorum para apreciar a mensagem do governador, e está ocupado por manifestantes contrários às mudanças. Para bloquear o governo, os senadores locais (na verdade, o equivalente aos nossos deputados estaduais) ausentaram-se do estado, impedindo as votações.

Agora o governador republicano Scott Walker ameaça mandar prender os deputados, de forma arbitrária e ilegal, por não votarem o projeto de lei. O governador tem maioria, e se houver a votação, passará o projeto anti-trabalhadores. Também ameaça demitir 1400 funcionários se os deputados não votarem. Kadafi fez escola, bem no coração da América.

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EUA: Wisconsin ordena a detenção de 14 senadores democratas
04 de março de 2011 01h39 atualizado às 01h58

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O Senado estadual de Wisconsin ordenou nesta quinta-feira a detenção à força dos 14 senadores democratas que abandonaram o Estado há duas semanas para se esquivarem da votação sobre a polêmica medida de cortar benefícios de funcionários públicos.

A medida ficou definida após ter sido extrapolado o prazo dado pelo governador do estado, Scott Walker, para que os democratas retornassem aos seus postos de trabalho antes das 16h de quinta-feira, informou o diário Wisconsin State Journal.

Os senadores democratas que permanecem em Wisconsin qualificaram a resolução de ilegal, enquanto os republicanos lembraram o item da Constituição que permite ao estado aplicar suas próprias regras.

Apesar disso, o mesmo texto também proíbe a detenção de legisladores enquanto o Congresso estiver em atividade, a não ser que sejam suspeitos de cometer crimes, traição ou violação da paz.

A fuga dos senadores democratas deixou o Senado sem o quórum necessário para votar a lei de despesas proposta pelo governador Walker, que pretende diminuir o déficit estadual de US$ 137 milhões por meio de cortes de benefícios de funcionários públicos e da extinção do direito à negociação coletiva de seus convênios trabalhistas.

Os protestos pela polêmica proposta de Walker já duram semanas, e os manifestantes passaram a encher de cartazes as dependências do Capitólio estadual, além de acampar em seu interior.



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