domingo, 13 de fevereiro de 2011

Egito : Revolução confiscada ou adiada?

Dois dias depois da queda de Hosny Mubarak, os egípcios que o derrubaram continuam na praça Tahrir insistindo que o Comando Militar apresente o calendário de reformas políticas e eleitorais que levará o país à democracia reivindicada nas ruas. Da sua parte, o Comando Militar se reuniu e praticamente revalidou a política de Mubarak: dissolveu o congresso, suspendeu a constituição e não apresentou nenhum prazo para entregar o poder ao povo egípcio. Também já se comprometeu a manter os acordos internacionais, inclusive o de paz com Israel.

Obama, Israel e ocidente aplaudiram as ações dos novos marionetes, que conseguiram, até aqui, manter tudo igual apenas retirando o impopular Mubarak. Também não apontaram para mudanças na economia que resolvam ou atenuem a miséria que fertilizou o solo para a revolta, mais que as cheias do Nilo fazem para a agricultura. Duas coisas poderão acontecer: um novo regime tutelado pelas grandes potências, com eleições de mentirinha cheias de restrições à participação de partidos, confiscando a energia da revolta popular, governando com truculência,
ou a continuidade do enfrentamento até uma revolução de fato, que derrube o regime e permita uma nova correlação de forças no país. Aposto mais na continuação da revolta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário