quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Banco Central segura o dólar com paliativo

Para evitar mais derretimento da moeda americana, o BC vai recolher compulsório de 60% sobre a posição vendida dos bancos, sem nenhuma remuneração, para criar demandas no mercado, elevar a cotação e tirar as instituições financeiras de posições vulneráveis a uma rápida variação cambial.

A medida deve segurar por um tempo, artificialmente, a cotação do dólar, que atingiu patamares muito perigosos para a economia, provocando a concorrência de produtos estrangeiros que podem paralizar a produção nacional. Outras medidas igualmente provisórias podem ser tomadas, como o aumento da taxação sobre o capital especulativo estrangeiro, diminuindo os ganhos reais de aplicações em títulos e bolsas.

O mundo inteiro sofre impactos da guerra cambial provocada pelos Estados Unidos, que colocaram em circulação mais 600 bilhões de dólares para tentar alavancar a sua economia. Como o dólar é moeda referencial em todo o mundo, muita oferta acaba baixando o valor, favorecendo as exportações deles e prejudicando as do resto do mundo.

A solução definitiva será a redução da taxa de juros reais paga pelo Brasil, das maiores do mundo. Viramos um porto seguro para dar alto retorno a capitais ociosos, que entram e saem a qualquer momento, sem riscos, gerando uma espiral de juros incontrolável para equilibrar as contas nacionais.

Se persistir a queda do valor do dólar, o saldo da balança comercial poderá ficar negativo em curto prazo, já que o resultado positivo de 2010, bem menor que os anteriores, aconteceu em parte graças à valorização das commodities exportadas. As viagens ao exterior também contribuem para o desequilíbrio, e tenderão a aumentar com a queda da moeda americana.

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