quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Água : a sede de lucro acima da saúde


Os cidadãos de Nova Iorque têm orgulho de dizer que bebem água da torneira, sem filtro nem nada. A prefeitura vai além: coloca bebedouros em locais públicos com água de qualidade, e ainda faz propaganda contra as águas minerais industrializadas. Em cada fonte há uma placa dizendo : "Experimente a nossa água de torneira de New York City - é refrescante, deliciosa e saudável".

Nas letras miúdas são apontadas 3 vantagens importantes:
- a água de torneira dispensa o engarrafamento, suprimindo a poluição do ambiente com as garrafas jogadas no lixo;
- é muito mais barata e tem a sua qualidade constantemente verificada pelas autoridades de saúde;
- não necessita de transporte em veículos que usam combustíveis fósseis.

Isso é exatamente o contrário do que vemos em algumas cidades no Brasil. No tempo que morei em Fortaleza, tive que pagar toda semana um "imposto" a um grande grupo empresarial de lá para ter galões de água potável de qualidade, já que a companhia de águas não oferecia um produto confiável. Até parece que nunca se mexe na qualidade da água para dar mais lucros aos engarrafadores.

Em São Paulo o prefeito Kassab, que está de saída do DEMO e quer parecer bonzinho, obrigou as casas noturnas, boates e salões de dança a colocar bebedouros com água potável de qualidade comprovada no prazo de 90 dias. Na ânsia de vender mais bebidas a preços exorbitantes, alguns empresários simplesmente escondem a água grátis. Isso se agrava onde tradicionalmente se vende a droga Ecstasy, que deixa o drogado louco por água, e se não a tomar, fica desidratado. Nessa hora o cara paga uma nota por uma garrafinha de água mineral. Mais cara até que a água mineral superfaturada pelo governo de Brasília para as festas de fim de ano: pagaram R$ 4,89 por garrafinha de 500 ml!

Em diversos restaurantes no exterior a gente vê o garçom, antes de oferecer o couvert ou o cardápio, trazer uma garrafa com água e copos. E à medida que se bebe, ele vai repondo, grátis. As pessoas consomem menos refrigerantes assim, mas nesses lugares há preocupação com a obesidade, que se alastra como epidemia. É bem diferente de alguns restaurantes brasileiros que fazem promoção no preço da comida, e botam os refrigerantes a preços absurdos, para compensar.

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