sábado, 9 de outubro de 2010

VEJA aposta no ódio de direita



Recuso-me a acreditar que a imunda revista VEJA, tantas vezes flagrada fazendo coisas absurdas em nome do jornalismo, tenha ainda tantos assinantes. Uma parte a gente sabe como é: o governo paulista manda fazer assinaturas para cada escola. E, o que é pior: uma cloaca dessas é a vanguarda dos noticiários de toda a mídia golpista que depois repercute suas mentiras e baixarias.

Nesta semana todo mundo esperava que fossem falar de Dilma e do aborto, assunto que ganhou relevância com a aliança entre a extrema-direita (DEMO, TFP e anti-democratas de todos os matizes) e o conservadorismo religioso, loucos para acender fogueiras e governar como inquisidores contra quem faz aborto, quem usa drogas, homossexuais, minorias raciais, sindicalistas e todos que consideram "sub-raças" ou "hereges".

A VEJA botou uma capa com duas declarações de Dilma sobre o aborto. Mas se esqueceu que, anos atrás, fez uma outra capa com mulheres que declararam ter feito aborto, entre elas Hebe Camargo e Lucinha, apoiadoras de Serra. O que têm conseguido, até aqui, é acordar o eleitorado para a ameaça de termos um governo reacionário, perseguidor, censor, ditatorial, capaz não só de destruir as liberdades democráticas até aqui conquistadas, como os avanços sociais obtidos com Lula, a quem odeiam por ser "do povo".

Em Araraquara (SP)o clima de intolerância pregado pelos extremistas religiosos chegou a níveis absurdos, onde uma criança foi agredida por outras numa escola cristã porque disse que seus pais votaram em Dilma. Que país é esse que eles querem? Por que os padres e bispos, que deveriam pregar a paz, estão propalando a mentira o ódio? Certamente não é a paz que pregam, mas a destruição do tecido social jogando brasileiros contra brasileiros. Serra vai mandar prender as pessoas que fizeram aborto e estão aí vivas porque tiveram dinheiro para fazê-lo em boas clínicas? E as mulheres pobres que arriscam tudo para tirar uma gravidez indesejada com abortivos e até agulhas de crochê, e sangram até a morte porque o estado não lhes assegura assistência?

É esse o "Serra é do bem" do jingle? O que promete no seu programa unir o país, e aceita que levem o Brasil à luta fratricida por questões associadas ao preconceito, intolerância e ignorância? Cadê as pessoas sérias das igrejas, que estão se omitindo nessa insânia? Cadê os quadros do PSDB que não concordam com essa adesão eleitoreira ao que há de mais retrógrado? A omissão diante dessa ameaça será uma concordância tácita com o obscurantismo que pode dominar o país com uma eventual vitória da direita. Serra, que diz ter lutado contra a ditadura, deveria ser o primeiro a não aceitar esse tipo de "apoio".

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