sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Besteirol brasileiro, repercussão internacional

Ontem a notícia da jovem brasileira hostilizada pelos talibãs da sua universidade por usar uma saia curta ocupou 1/4 de página de um tablóide londrino, com direito a foto da moça com uma certa produção, que mesmo assim não a fez nenhuma grande beldade. Acho que são os tais 15 minutos de fama que o Andy Warhol disse que seria um direito de todos. E tudo isso é fruto de uma série de erros, que podem levar a outros numa espiral crescente do besteirol.

Todos os dias nas universidades brasileiras algumas mulheres vão com roupas extravagantes, da perua à exibicionista. Isso não distoa da realidade das ruas. Homens mexendo com elas também fazem parte do modelo de negócio, afinal, não é só para causar inveja às outras mulheres que elas se vestem dessa maneira. Outras mulheres invejosas ou temerosas da concorrência desleal, torcendo seus narizes e fazendo comentários jocosos também são "players". O que fez um episódio corriqueiro como esse ganhar as páginas da mídia? Os amplificadores institucionais.

Primeiro foi a imprensa, que na falta de coisa mais importante a mostrar resolveu dar espaço ao assunto. Depois, a direção da universidade, que disse que ia expulsar a moça, mostrando argumentos disciplinares, legais, ético-morais, e depois recuou, ou seja, houve uma falta grave à luz dos regulamentos, mas ... deixa prá lá. O Ministério da Educação entrou no circuito em defesa da estudante, entendedo arbitrária a sua punição. Entidades estudantis e de mulheres deram mais uma mãozinha a todo esse equívoco, buscando um pouco de lugar ao sol e surfar na polêmica.

Isso me faz lembrar aquela mulher a quem se atribuiu ter lançado um rojão no Maracanã e atingido um goleiro chileno num jogo da sua seleção contra o Brasil. O fato é que o goleiro não foi atingido, mas aproveitou para encenar uma grave lesão e esfriar o jogo. A desconhecida acabou parando nas páginas da Playboy, e depois sumiu das luzes. Vamos ver o mesmo de novo? A diferença é que se isso acontecer, vai ficar mal para a universidade, para os colegas e para os movimentos sociais terem participado como coadjuvantes nessa grande bobagem.

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