sábado, 17 de outubro de 2009

Guerra no Rio : o trabalho arriscado da imprensa




Ao acompanhar de perto os acontecimentos do Morro dos Macacos, tive contato com o pessoal que trabalha para jornais e rádios na cobertura do noticiário criminal. No Rio é muito forte a concorrência entre os meios de comunicação de massas com foco no povão, e a busca por informações exclusivas e atuais leva profissionais a condições de risco pessimamente remuneradas.




Por um momento este humilde blog se nivelou com a grande mídia, na porta da delegacia de Vila Isabel. Lá estavam O Globo, O Dia, Extra, e, entre outros mais, o Blog do Branquinho, junto com todo o aparato policial, em zona de risco, enquanto a população estava afastada. Perguntei a alguns "colegas de imprensa" se recebiam adicional de periculosidade para fazer esse tipo de cobertura. Foi o suficiente para se formar uma roda de bate-papo sindical. Soube que o sindicato dos Radialistas conseguiu o reconhecimento da periculosidade para os assistentes de reportagem, enquanto o sindicato dos Jornalistas ainda não conquistou isso para os seus profissionais. Moral da estória: os trabalhadores vão para o local em guerra com coletes à prova de balas leves, alguns ganhando mais por isso.

Quem mais se arrisca é o pessoal de fotografia free-lancer, que parece não ter sangue nas veias. Vão junto com os policiais em meio aos tiros. Alguns cinegrafistas também fazem isso. Se tiverem sucesso, vendem seus materiais exclusivos a bons preços. Pressionados pelas empresas de comunicação, fotógrafos, cinegrafistas e repórteres assalariados também entram em teatros de guerra correndo os mesmos riscos, só que ganhando menos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário