sábado, 12 de setembro de 2009

Campanha salarial dos bancários : bancos privados, sócios da crise

Com quase todos os sindicatos dominados pelos burocratas do PT e do PC do B, tudo base aliada do governo e parte do esquema de controle social de Lula, é difícil haver campanha salarial nos bancários com greves e tudo o que se tem de direito numa autêntica luta de classes. Uma coisa, porém, é consensual entre os bancários e de interesse público: usar a campanha para desmascarar o papel lesivo dos bancos privados ao país.

É bom lembrar que a crise começou com a quebra de grandes bancos privados, envolvidos em péssimas gestões e maracutaias. No Brasil, mesmo sem serem atingidos, correram atrás de redução de compulsórios e mais vantagens para continuarem no papel inútil de parasitas da economia, que ganham sem riscos com altas taxas de juros e "spreads" indecentes.

Quem botou crédito na praça durante a crise foram o BB, a CEF e o BNDES. Os bancos privados, através do seu porta-voz Henrique Meireles, só se preocuparam com a queda dos juros a patamares de menores ganhos sem riscos para eles, e com a intervenção governamental no setor bancário, a partir do uso do BB como banco de políticas públicas. A propaganda do BB está correta. Ser forte é do Brasil, e é bom ter um banco "do Brasil". Os privados são os bancos do fulano e da sicrana, e servem apenas a eles, visão que até aqui povoava o marketing do BB.

A negociação dos bancários acontece em duas etapas: primeiro, no mesão de negociações da FENABAN, onde quem dá as cartas é o "mercado", ou seja, é a banca privada que acerta com os sindicatos o índice de reajuste e demais cláusulas econômicas. É aí que as greves têm que ser poderosas, e a denúncia do papel predatório dos parasitas financeiros deve ser ampla, já que na mídia nada passa (quem patrocina os principais telejornais são os bancos).

Num segundo momento, virão as negociações específicas dos bancos públicos, onde será a hora de colocar a fatura do engajamento no esforço governamental de superação da crise. Os funcionários da CEF, por exemplo, estão se matando de trabalhar para botar o PAC para andar, e aguentam agências lotadas com a demanda do programa habitacional"Minha casa, minha vida".

O governo Lula vem recuperando perdas salariais em todo o setor público e fazendo concursos para reconstruir os instrumentos de governo destruídos por Collor e FHC. O BB e a CEF, nos últimos anos, só tiveram a inflação, depois do congelamento dos governos anteriores. Chegou a hora de exigir a reposição de perdas, mas, aí, é outra estória, pois esbarra na absoluta falta dos sindicatos da CUT, serviçais do governo, abraçarem a bandeira e fazerem uma campanha digna da classe trabalhadora.

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