sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vôo 447 : Coitado do Pitot

O Engenheiro Henri Pitot, que foi membro da Academia de Ciências da França, deve estar se revirando na cova de tanto falarem no seu invento, o Tubo de Pitot, que veio à baila acusado de causar o acidente com o Airbus do vôo 447 da Air France. Falecido em 1771, Pitot é um dos pais da Mecânica dos Fluidos, ciência que estuda o comportamento dinâmico de gases, líquidos, etc. Pitot inventou esse dispositivo para medir a velocidade da água em rios, e a partir daí calcular sua vazão e outros dados necessários a obras de engenharia. O dispositivo também foi usado para medir a velocidade de gases.

Pitot morreu muito antes de ser construído o primeiro avião. Talvez tenha visto balões, mas a velocidade destes talvez não gerasse a diferença de pressões necessária à medição com o seu tubo. A engenharia aeronáutica moderna tornou corriqueiro o uso do Tubo de Pitot pela falta de outra técnica para medir a velocidade do aparelho, que é importante para as decisões do piloto, mas não é tudo. Hoje já existe o GPS - Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global), que afere com boa precisão a localização de pontos na superfície e atmosfera da terra, presente até em celulares e acessível remotamente para localizar seus usuários(Google Latitude). O Airbus acidentado foi feito em 2005, quando esse sistema já era largamente difundido, e acho estranho que uma máquina com tanta tecnologia embarcada não tenha um sistema auxiliar de navegação com base em referenciamento por satélites, tipo GPS. Além disso, encontramos na literatura que os tubos de Pitot normalmente têm sistema de aquecimento para evitar congelamento.

A variação de velocidade num avião é sentida pelo piloto, tanto pela aceleração (positiva ou negativa) como pelo ruído dos motores. O fato de ter-se congelado um ou todos os Tubos de Pitot e, acredito, ter gerado uma mensagem de erro por falha, deveria ter despertado o piloto para usar seus conhecimentos de vôo "às antigas", quando não havia toda essa parafernália eletrônica, a não ser que algum erro construtivo do aparelho bloqueasse seus sistemas hidráulicos de comando. Ao sentir a freiada, o piloto poderia baixar o manche e aumentá-la manualmente, creio, se isso fosse possível. Seja o que for, aconteceu tão rápido que não deu chance ao piloto. O invento de Pitot está levando a culpa, mas deve haver algo mais importante que tenha causado o desastre, inclusive suas mensagens de erro enviadas ao fabricante pouco antes da queda.

Um comentário:

  1. Acho que a verdade jamais será informada, pois existem questões, entra a AIR BUS eo governo Frances, que são socios.
    É claro que culpar é do "PITOT " é bem facil, pois ele não pode se defender.

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